Heurísticas e pecados. Peremptórias a cerca de um pensamento que destoa entre os galhos e arbustos de uma caatinga que se acostumou com a mesmice e perdeu a capacidade de se indignar, e não meramente menos que isso, se entregou ao fetiche de ideologias que afundaram o país sob a égide da defesa inexorável dos pobres e das mais puras condutas da humanidade.
Qualquer que seja o pudismo na aceitação dessas "virtudes" não cabe na minha agenda. Mesmo pobre e filho de agricultores (com orgulho) não me cabe e nem me parece encher os olhos de felicidade com as atrocidades cometidas sob a bandeira em punho de pautas populistas e sem sustentabilidade no médio e longo prazo.
Continuo insistindo, e é cada vez mais irreversível e sólida a ideia de que o melhor programa social é o emprego e as melhores políticas públicas, são as construídas com fundamento neoliberal. Mais Estado, não significa ausência. No bojo dessa discussão está a racionalidade e acima de tudo a prioridade dos recursos finitos [e cada vez mais escassos] do dinheiro público.
Mas, pensar isso, sobretudo aqui no Nordeste, tem sido custoso, traumático e desafiante, na verdade, é quase um oitavo pecado capital.
Bandeira em punho (e que não é a Brasileira), empurram essa discussão para o abismo da politicagem e constroe e solidifica a ponte do insucesso e do fracasso, que nos têm levado aos péssimos resultados, seja na saúde pública, educação, segurança e infraestrutura, que de tão hebdomadários já nem causam espanto e pior, revolta.
Mas como sempre em meus posicionamentos, a esperança segue presente. Nem Dom Quixote, nem utópico e nem pensamento elitista, como alguns me rotulam. Sempre tive dificuldades em sonhar pequeno, e isso parece para alguns, ser um pecado imperdoável dadas as origens desse pecador, mas não é nada disso, meu sonho é um país livre do verme populista.
De longe escuta-se o barulho das trincheiras
Canhões disparam beijos doces sem nenhum pudor
Exércitos atiram poesias sem piedade
Armas em punho estão carregadas de flores
É, estamos em guerra, e para a nossa sorte seremos vencidos!
Heurística e resiliência, para um país melhor.
Leonardo Cordeiro - Professor e economista
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