Uma manga colhida por agricultores no Núcleo 7 do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, na zona rural de Petrolina, ganhou repercussão nacional. O detalhe é a aparência da fruta, uma manga com dois “chifres” e traços que lembram olhos, boca e nariz. A reportagem repercutiu no jornal Bom Dia Brasil, exibido pela Rede Globo. A foto é do jornallista Emerson Rocha.
Segunda reportagem produzida pela afiliada Tv Grande Rio, o primeiro a se assustar com essa estranha aparência foi o trabalhador rural Cristiano Carvalho, de 28 anos. Foi ele que colheu a manga. “Eu estava limpando a árvore, quando tirei uma galha, vi a manga. Na hora pensei que fosse um camaleão, mas camaleão não tem chifres. E a manga também não. Aí, quando olhei direito, tirei o talo, vi que era uma manga mesmo. Mostrei a meu colega e ele também tomou um susto”, conta o trabalhador rural, lembrando que em quase 15 anos atuando nas fazendas do Vale do São Francisco nunca tinha visto nada igual.
A vizinha de Cristiano, Josefa Peixoto, para ela, isso é coisa de outro mundo. “Isso é coisa do demônio. Tem o formato do diabo. É incrível uma coisa dessas. Eu não quero nem que entre lá em casa. Gosto nem de pegar. É horrível, acho feio. Credo”.O engenheiro agrônomo Pedro Xisto esteve na fazenda onde a manga foi colhida. Após analisar a árvore e outras frutas que estão no mesmo pé, ele observa que “o fruto é verdadeiro, não existe nenhum tipo de montagem. Observamos o fruto com cautela, não tenho dúvida que é verdadeiro”, garante.
Xistos explica que as frutas podem apresentar má formação. “A má formação de frutas é comum, mas como ela não é comercializada, é destinada para a indústria, fica pouco vivenciada pela comunidade local. O fruto mal formado existe em uma proporção de 0,001% aqui nas empresas de exportação de manga”. O Vale do São Francisco é responsável por 95% das mangas exportadas in natura do Brasil. As frutas da região são vendidas para a Europa, Ásia e Estados Unidos.
Para o agrônomo, o que pode ter acontecido com a manga encontrada na zona rural de Petrolina foi um problema na fase inicial de formação do fruto. “Ocorreu algum tipo de falha na polinização, fazendo com que ocorresse um crescimento no local indesejado, formando um fruto de má qualidade para a comercialização de frutas. Apesar dessas estruturas crescerem de uma forma errônea, esse fruto é comestível”.
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