Milton Pereira de Carvalho Filho, Revisor de Textos em Braille do Núcleo de Práticas Sociais Inclusivas (NPSI) da UNIVASF, foi tentar aproveitar o feriado de carnaval assitindo filme com sua esposa no Cinemark no Juá Garden Shopping, mas o passeio parece que não foi dos mais agradáveis. Segundo ele, a gerência o tentou impedir de continuar assistindo na sala com seu cão guia. Entenda abaixo:
"Às vezes eu tenho a sensação de que, quanto mais trabalhamos para incluir as pessoas com deficiência, mais elas são excluídas e tem seus direitos negados. Ontem, eu, minha namorada e outros amigos resolvemos ir ao cinema para aproveitar o finalzinho do feriado de carnaval. Obviamente, eu estava acompanhado de meu cão-guia, a Shiva. Pois bem, chegamos ao Cinemark Jua Garden Shopping para pegar nosso filme às 18:10. Ingressos comprados, fomos para a sala do cinema e nos acomodamos com a espectativa de um bom divertimento quando, sem mais nem menos, uma funcionária do cinema veio me interpelar dizendo que a presença de meu cão-guia não era permitida naquele espaço e que, por isso, eu deveria me retirar. Eu disse-lhe que eu não sairia, uma vez que o acesso e permanência neste espaço é permitido por lei. Ela falou que iria notificar a gerência e, momentos depois veio, supostamente, a gerente também tentar me retirar da sala do cinema alegando "não ser permitido a entrada de cachorro no cinema".
Eu voltei a informar-lhe da lei e que o citado cachorro era um cão-guia. Ela insistiu dizendo que me daria cortesias para eu retirar-me com meu cão dali. Eu simplesmente respondi que eu não queria nenhuma cortesia, mas que meu direito fosse respeitado. Mandei que ela fosse consultar a Lei 11.126/2004 e, se ela não se convencesse, que chamasse a segurança para me retirar dali. Ela não retornou nem para me dar um pedido de desculpas pelo constrangimento que me fez passar diante das pessoas que estavam comigo e das demais que estavam presentes na sala do cinema.
Diante disso tudo, eu questiono: Até quando teremos os nossos direitos negados sempre que colocamos nossos pés para fora de nossas casas? Percebemos que o Cinemark Jua Garden Shopping, além de não respeitar a legislação vigente (Convenção internacional dos direitos das pessoas com deficiência, Decreto 6949/2009 e a Lei Brasileira de Inclusão L. 13.146/2015, em vigor desde janeiro de 2016), agora também passa a desrespeitar o direito de acesso das pessoas com deficiência visual acompanhadas de cães-guia. Não, isso precisa acabar urgentemente".
O blog deixa o espaço aberto para o Cinemark do Juá Garden Shopping se posicionar.
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