Rodrigo Maia defende aposentadoria de 65 anos para deputados

14 de Feb / 2018 às 21h30 | Política

Em tom de campanha, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), que esteve nesta terça, 13, em Salvador para curtir o último dia de Carnaval a convite do prefeito ACM Neto (DEM), defendeu, em entrevista à imprensa, que deputados se aposentem com 65 anos de idade e 30 anos de serviço, que o auxílio moradia para o Judiciário só deve existir para os que trabalham em trânsito e voltou a defender que servidor que ganha salário de R$ 20 mil a R$ 30 mil deve se aposentar aos 65 anos, como acontece com o trabalhador que recebe o salário mínimo.

Perguntado sobre suposta candidatura, Maia disse que ele trabalha para que o DEM tenha candidato e que em um eventual cenário no qual Lula não esteja no páreo, todos têm chance. No próximo dia 08 de março o DEM realiza encontro no qual pode definir o candidato do partido à presidência da República.

"Nós trabalhamos para o DEM ter candidato. Essa é uma eleição que está aberta. Todo aquele que conseguir se organizar vai ter chance de ganhar. A decisão do DEM vai se dar entre março e junho (...). Não há nenhum constrangimento de dizer que o DEM deve ter candidato. Tem o ministro da Educação, o meu... se a gente entende que isso não vai contra a mudança que o Brasil precisa, tenho certeza que o DEM vai ter seu próprio candidato com chance de vitória", disse Maia.

Previdência

Provocado, Maia disse que acha difícil votar a Reforma da Previdência até o final deste mês, como aposta do governo, mas que está trabalhando para isso. O deputado desconversou sobre a soma dos votos favoráveis à reforma e defendeu a "igualdade do sistema", ou seja, que os servidores públicos que ganham até R$ 30 mil se aposentem com 65 anos, assim como ocorre com quem ganha um salário mínimo.

Segundo ele, a disparidade gera um rombo de R$ 40 milhões anuais que poderiam ser investidos na sociedade em saúde, educação e segurança.

O deputado disse, ainda, que servidores disseminam falsas informações sobre a reforma em benefício próprio. "Antes de saber se vai passar ou não vai [a Reforma], o importante é a gente convencer a sociedade brasileira que hoje, no Brasil, os que ganham R$ 30 mil se aposentam com 55 anos e os que ganham salário mínimo com 65 anos. A maioria dos que curtem Carnaval em Salvador se aposenta com 65 anos. A única defesa que eu faço da Previdência é essa: a igualdade de direitos. Agora, se o plenário vai votar ou não vai é uma decisão democrática de cada um, todo mundo foi eleito, tem mandato e está na hora de cada um assumir sua responsabilidade", disse Maia.

Ao ser questionado sobre a facilidade de aposentadorias para parlamentares, Maia foi enfático ao dizer que a lei para Legislativo é mais rígida do que para o Judiciário e Executivo e assinalou que defende que deputado se aposente aos 65 anos e com 30 anos de serviço – hoje deputado se aposenta com 60 anos e 35 de serviço –, e lembrou que desde 1997 somente 40 deputados se aposentaram.

"Depois de 1997 com quantos anos o deputado se aposenta? 60 anos e 35 anos de serviço. Sabe quantos deputados se aposentaram desde 97? 40, só 40. A nossa lei hoje é mais dura do que qualquer setor do mundo. Do Executivo é 60 anos com contrapedágio – a cada ano a partir dos 35 anos é um ano a menos, por isso se aposenta com 55 anos. Parlamentar é sem contrapedágio, 65 anos e sem transição.

Auxílio Moradia

Sobre a questão do auxílio moradia, que deve ser votada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março, Maia diz acreditar que o benefício só valerá para quem mora na cidade onde trabalha. "Muitas vezes nós que estamos na política não enxergamos que as coisas estão avançando muito rápido. E que a sociedade cada vez exige cada vez mais de todos nós respostas que no passado eram tranquilas. Quem tem direito a auxilio moradia: só aqueles que trabalham em trânsito, mais ninguém. Quem vai e volta e não fixa residência. Fora esses, qualquer tipo de auxilio moradia é um erro que a sociedade vai punir".

O presidente da Câmara disse, ainda, que o Supremo votando a matéria em março, a Câmara deve regularizar na sequência.

Correio

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