Defender o local de nascimento ou o lugar e a região que se escolheu para viver é uma característica do bairrista, aquele que demonstra abertamente o apreço e o sentimento de pertencimento. Uma qualidade excepcional quando a defesa se remete a cuidar e a participar efetivamente das construções de políticas públicas e sociais que possam impactar positivamente na vida dos seus conterrâneos.
É importante que se tenha o conhecimento de que o bem comum é a união de fatores que envolve uma relação coletiva, independente de se tratar de um ou mais lugares; por tanto o respeito e o reconhecimento às peculiaridades de uma cidade ou região que não seja a sua se faz necessário, sendo inclusive, também, uma demonstração de maturidade social.
Quando o assunto é território, agrupamento de municípios que se identificam culturalmente, hidrograficamente, economicamente e outros fatores, nada mais salutar do que imitar o que o vizinho está fazendo de bom. Copiar as boas ações e, ou, atuar em sintonia com os próximos fortalece o desenvolvimento equilibrado e sustentável entre as regiões.
A Imitação além de ser um comportamento avançado é uma forma de aprendizagem. Na política aquilo que não se consegue imitar precisa ser construído, uma premissa para o aparecimento de líderes. Nem sempre o político que se destacou em uma determinada cidade ou região conseguirá repetir o feito em outras cercanias. É preciso existir critérios no momento das escolhas dos representantes. Uma liderança local não tem o direito de impor aos seus munícipes suas preferências eleitorais sem uma justificativa louvável. A população não é marionete de seu timoneiro. O pretensiosismo e a objetificação do eleitor gerarão inevitavelmente prejuízos incalculáveis.
Em outubro deste ano os aptos a votar voltarão às urnas para escolher seus representantes nos legislativos estaduais e federal e o presidente do país. A sensatez, mais do que nunca, deve ser a principal resposta para os que se acham proprietários das escolhas e consciências alheias. É a hora de fazer acontecer, de mostrar que não é conformado, acomodado e muito menos marcado, pois esperar não é saber.
Acompanhar uma opção é uma decisão pessoal; enquanto aceitar uma imposição é ignorância. Na dúvida, utiliza-se o bairrismo como parâmetro, uma forma mais próxima e fácil de avaliar.
Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador
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