É preocupante o fato de o prefeito da quarta maior capital do país, em seu segundo mandato, demonstrar ainda não ter compreendido que a atenção à saúde de uma população não deve ser ofertada majoritariamente em unidades de emergência. Saúde pública não se faz em Unidade de Pronto Atendimento!
O principal problema da saúde pública em Salvador não está nos pontos de atenção à urgência e emergência. Salvador possui uma UPA para cada 265 mil habitantes, quando o recomendado pelo Ministério da Saúde é de uma para cada 300 mil habitantes. Portanto, a quantidade de pontos de emergência na capital baiana é considerado adequado. Isso sem falar nas unidades de emergência de pequeno porte bancadas pelo Governo do Estado e as instaladas em hospitais estaduais.
Já a cobertura da atenção básica em Salvador, mesmo considerando os investimentos da atual gestão municipal realizados nos governos Lula e Dilma, assim como a disponibilização de médicos pelo programa Mais Médicos, continua a ser a mais baixa entre as capitais do nordeste, atingindo apenas 36% no global e 30% se considerarmos apenas a cobertura de saúde da família. Isso significa que quase 70% da população da quarta maior capital do país não tem acesso a um médico da família. E o prefeito insiste em afirmar que a cobertura de atenção básica ultrapassou 50% e de que vai abrir novas UPA's, numa clara demonstração de que está sendo mal orientado pelos seus assessores.
A baixa cobertura da atenção básica impacta diretamente no volume e perfil de atendimento das unidades de emergência. Mais de 70% dos atendimentos de urgência e emergência de Salvador, correspondem a condições que poderiam ter sido evitadas por uma atenção básica mais ampla e resolutiva, principalmente complicações de diabetes e hipertensão mal controlados.
Além disso, a questão das maternidades é outro problema da capital baiana que sobrecarrega a rede estadual de saúde. Como Salvador não possui nenhuma maternidade, o Governo do Estado assume a assistência integral ao parto no município, ainda que lhe caiba prioritariamente os casos de alto risco. A maioria dos municípios do interior, mesmo aqueles com menos de 20 mil habitantes, possui alguma maternidade. Salvador ainda não possui uma única maternidade própria, o que tem sobrecarregado as maternidades estaduais, prioritariamente destinadas a casos de alto risco, bem como há restrição no atendimento na Maternidade Climério de Oliveira, que é administrada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).
diferente da prefeitura de Salvador, que não possui nenhuma maternidade, a rede estadual conta com as seguintes unidades na capital baiana: Maternidade Albert Sabin, Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Netto, Maternidade Tsylla Balbino, Iperba, Maternidade João Batista Caribé, além de dispor de leitos obstétricos no Hospital Roberto Santos.
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