Sem os 308 votos necessários para aprovar a Reforma da Previdência, o presidente ilegítimo Michel Temer adiou para fevereiro a discussão e a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, que acaba com a aposentadoria dos brasileiros. Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), o governo está apenas manipulando a opinião pública com os prazos para a apreciação da matéria.
"O governo, na verdade, fragilizado do jeito que está, tem procurado manter este debate na ordem do dia para criar uma cortina de fumaça. Enquanto está se debatendo a reforma da Previdência, o mercado fica nessa expectativa de que ela possa ser aprovada; o governo deixa de ter que responder à agenda da corrupção, da prestação de contas que boa parte da sua base tem que fazer perante o Poder Judiciário. Então, na verdade, é uma verdadeira cortina de fumaça."
A Bancada do PCdoB na Câmara segue firme contra mudanças no sistema previdenciário que inviabilizam direitos de trabalhadores, em especial, das mulheres. Membro do colegiado que analisou a matéria, a vice-líder da Oposição, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), destaca que o novo texto apresentado por Temer é tão cruel quanto a proposta original.
A parlamentar alertou que o déficit anunciado por Temer é mentiroso. O governo, além de não contribuir com sua parte para o sistema, como exige a Constituição, ainda deixa de cobrar os débitos de grandes empresas com a Previdência. As dívidas chegam a R$ 500 bilhões. Somente a JBS deve R$ 1,8 bilhão. O alegado déficit foi de R$ 149 bilhões em 2016.
O golpista alivia os grandes para penalizar os mais pobres. "Sabem quanto o governo vai deixar de arrecadar com a MP do Petróleo? R$ 1 trilhão. Sem contar nas outras benesses que já deu a ruralistas, empresários. Esse é um governo canalha, que fala fino com os grandes para falar grosso com os trabalhadores que ganham menos de um salário mínimo. Não tem acordo possível e esta será a maior derrota desse governo", afirmou Jandira.
Ex-coordenadora da Bancada Feminina na Câmara, a deputada Jô Moraes (PCdoB-RJ), destaca que a manutenção da diferença de cinco anos entre homens e mulheres para aposentadoria é "inegociável". "Vamos ocupar as ruas com nossa caravana de mulheres contra essa reforma absurda, predatória e desumana", diz a parlamentar.
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