Financiado por recursos do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, mecanismo gerido pelas Secretarias de Cultura e da Fazenda, através do Edital Culturas Populares 2016/Versão Simplificada, o curta documentário Histórias de Vida – Pastoras e Tocadores da Queimada da Palhinha será lançado no Barracão de Dona Pina, no sábado, 27, às 19h30, na comunidade de Palmares, em Simões Filho, Bahia. No mesmo dia, às 22h, acontecerá também a festa anual Queimada da Palhinha, tradição nesta comunidade, última jornada em honra ao nascimento do Deus Menino com cantos, danças, versos e dramatizações, contando com a presença dos Mestres e Mestras homenageados.
A jornada única de cada pessoa é um patrimônio da humanidade e conhecer histórias de vida pode ser transformador da nossa visão de mundo. Este documentário, inspirado no trabalho do Museu da Pessoa e dirigido por Wayra Silveira, nos oferta aspectos da vida de Mestras e Mestres da cultura popular da Bahia. São Pastoras e Tocadores de Simões Filho e Camaçari, todos eles artistas-devotos do Baile Pastoril Queimada da Palhinha.
A festa é centenária nesta região e também pode ser encontrada em municípios como Madre de Deus, São Francisco do Conde e Saubara. Em Simões Filho a dona da festa é Dona Pina, Pastora desde menina. "A lapinha é armada neste local há muitos anos", conta a Mestra. Desde 2002, o seu grupo realiza ações de salvaguarda como intercâmbios culturais, oficinas de transmissão de saberes, registro fotográfico, e em 2015, lançou com o apoio do FCBA/SECULT-BA, o livro Cantigas de um Baile Pastoril com letras e partituras de 53 cantigas e 57 versos que até então estavam guardados na memória dos anciãos e já não eram repassados facilmente para as novas gerações. Com estas ações a festa de Palmares começou a se revigorar, cresceu o grupo de moços e crianças, pastorinhas e pastorinhos, que vem aprendendo as cantigas e versos, reinventando a tradição.
As Mestras e os Mestres retratados no curta documentário Histórias de Vida – Pastoras e Tocadores da Queimada da Palhinha, apesar de residirem tanto em Simões Filho como em Camaçari, são pastoras e tocadores no baile de Palmares: Dona Pina, Seu Nilo, Seu Joaquim, Dona Arcanja, Dona Mácima, Dona Das Dores. São artistas-devotos negros, que vivem na subalternidade e possuem um rico imaginário cheio de mitos, poesias e cantigas. O filme também homenageia Mestres falecidos recentemente: Dona Sartíria, Seus Manoel e Seu Da Hora.
Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br
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