Com base na delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, sócio da empreiteira UTC e envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras, a Polícia Federal indiciou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), pelo crime de falsidade ideológica - caixa 2. O inquérito investigou irregularidades nas contas da campanha de 2012, no âmbito da Operação Cifra Oculta, deflagrada em junho, como desdobramento da Lava Jato para apurar a prática de crimes eleitorais e de lavagem de dinheiro, durante a quitação dos débitos da disputa daquele ano.
Além de Haddad, conforme o portal G1, o ex-tesoureiro de campanha do PT João Vaccari Neto, o coordenador da campanha de Haddad à Prefeitura de São Paulo, Chico Macena, o ex-deputado pelo PT Francisco Carlos de Souza e outras três pessoas também foram indiciados. Segundo Ricardo Pessoa, então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto o procurou, em 2012, para pedir que pagasse cerca de R$ 3 milhões a uma gráfica. “Os valores pagos para essa gráfica eram muito superiores aos declarados ao tribunal eleitoral como quitação de campanha”, enfatizou o delegado federal Rodrigo de Campos Costa.
“Ele narrou em sua colaboração premiada que efetuou pagamento à margem, em contabilidade paralela da campanha do então candidato à prefeitura Fernando Haddad. Esse pagamento foi operacionalizado pelo [doleiro] Alberto Youssef para uma gráfica aqui de São Paulo”, ressaltou Costa. Segundo os relatos, foram feitos pagamentos por depósitos bancários e em espécie para gráficas no valor total de R$ 2,6 milhões. Algumas das empresas sob suspeita são ligadas ao ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza (PT). A assessoria do ex-prefeito ainda não se pronunciou.
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