A falta de pagamento de periculosidade, insalubridade, três anos sem reajustes salariais entre outras irregularidades trabalhistas tem provocado nos Monitores de Ressocialização Prisional (Agentes Penitenciários) de Juazeiro inúmeros problemas de saúde, entre eles, a baixa estima e a depressão.
Os fatos foram revelados por James Fabrício e Michele Góes durante o Programa Geraldo José (Transrio FM/Juazeiro AM) na tarde desta quinta-feira (11). James, eleito presidente da recém-criada Associação dos Servidores Terceirizados dos Complexos Penitenciários da Bahia disse que foi demitido esta semana depois que procurou a imprensa para denunciar esses fatos.
“Nós já entramos com uma ação contra a empresa (Reviver) e agora é aguardar a decisão da justiça. A empresa alega que quem realiza os procedimentos na unidade de tranca e abertura de celas são os policiais militares, bem como a escolta externa para fórum e hospitais, mas nós temos diversas provas que são os agentes que fazem tudo isso. Existem internos com diversas enfermidades e temos contato direto com eles e não recebemos benefício algum, além do fato da enfermaria ser impedida de revelar a doença que afeta o interno” revelou James.
Michele Góes revelou que está há tempos com depressão aguda em função das ocorrências no trabalho. “Frustrada, sem nenhuma perspectiva de crescimento profissional e depois que passei por alguns problemas de saúde fui transferida para a Ala Feminina e tudo só piorou. O quadro para manter os serviços é insuficiente, e quando a gente reclama passa a receber piadinhas, assédio moral, entre outras situações. Outro detalhe é que apesar da insatisfação do profissional a empresa não demite, sugere que a gente peça demissão exatamente para que nós não tenhamos nenhum direito. São cinco anos que estou na empresa e a minha doença hoje ocorre em função de todo este drama”.
James revelou ainda que a empresa Reviver, responsável pela administração do Complexo Penal de Juazeiro divulgou nota, negando as reclamações dos profissionais. “Alguns agentes levaram as denúncias para a justiça e alguns já tiveram causa ganha, mas a empresa continua negando todas as acusações e alega que não temos contatos com os presos”, concluiu.
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