O problema de elevação do nível do Rio São Francisco no último final de semana, em Piranhas, Alagoas, que causou vários prejuízos no local, foi provocado pela abertura espontânea de uma comporta da Usina Hidrelétrica de Xingó, após a mesma funcionar de forma semiaberta. A explicação é do diretor de Operações da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique de Araújo Franklin Neto, durante reunião promovida segunda-feira (8) pela Agência Nacional de Águas (ANA) e transmitida por videoconferência para os estados da bacia do chamado rio da integração nacional.
De acordo com explicações do diretor da Chesf, a empresa recebeu uma solicitação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na sexta-feira da semana passada, dia 5, para a elevação do nível do reservatório de Itaparica, em Pernambuco, com a entrada em operação de quatro geradores em Paulo Afonso e um outro em Xingó, para suprir a deficiência na geração de energia através do processo eólico. “Às 21h da sexta-feira, foi elevada a geração, com início de operação da segunda turbina”, explicou ele, sem revelar para qual patamar foi elevada a vazão do rio. “E à 1h da manhã, reduzimos para a defluência atual, de 550 metros cúbicos por segundo [m³/s]”, complementou João Henrique.
Entretanto, segundo ele, a comporta que estava semiaberta, rompeu voluntariamente, sem ação humana. “Tão logo detectamos o problema, providenciamos o fechamento de outra turbina”, informou João Henrique. “Não houve tempo hábil para informar a população sobre essa operação solicitada pelo ONS”, disse, sem detalhar. Ele rechaçou a informação publicada nos veículos de comunicação, de que o problema teria provocado a elevação do nível do rio em aproximadamente oito metros. João Henrique revelou ainda que a equipe técnica da empresa realizou um sobrevoo e constatou que os problemas ficaram restritos aos municípios alagoanos de Piranhas e Pão de Açúcar.
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