O aumento repentino da vazão na Hidrelétrica de Xingó de 550 m³/s para 1.000 m³/s nas primeiras horas de sábado (6) fez com que o nível do Rio São Francisco subisse e provocasse prejuízos para comerciantes e pescadores na cidade de Piranhas, Sertão de Alagoas.
A população afetada diz que não foi avisada da medida, e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), afirma que o procedimento foi feito de forma emergencial, a pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Com o nível de volta ao normal, os prejuízos ficaram visíveis tanto do lado alagoano da margem quanto em Sergipe. É o que conta o pescador Ionas Gerônimo Fernandes, que tem um restaurante com os filhos às margens do rio, em Piranhas.
“As mesas e as cadeias do restaurante que estavam na beira do rio foram levadas pela água. Os barcos dos pescadores também foram embora. Um colega teve o barco afundado. O volume e a pressão da água foram tão grandes que até os peixes morreram. Meus meninos pegaram um monte de peixes”, contou Fernandes.
Ainda segundo ele, não houve aviso por parte da Chesf. “Eu ouvi falar do pessoal aqui que tem alguma relação com a festa de Reis, em Pão de Açúcar. Mas não recebemos nenhum aviso oficial da Chesf sobre isso. Fomos realmente pegos no susto”.
O secretário de Turismo de Piranhas, Jairo Oliveira, informou também que o aumento do nível da água do São Francisco alagou imóveis na orla. Ele diz ainda que muitos turistas foram embora da cidade por conta do ocorrido. Não há informações de pessoas desaparecidas.
Em contato com a produção da TV Gazeta, a Chesf explicou que na noite de sexta foi avisada pelo ONS que por conta da redução na produção de energia eólica no Nordeste, seria preciso aumentar a vazão das hidrelétricas.
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