ARTIGO - BRASIL, ANO NOVO E VELHOS DESAFIOS

22 de Dec / 2017 às 23h00 | Espaço do Leitor

O ano de 2017, marcado pela excrescência de crises políticas letárgicas e quase que intermináveis chega praticamente ao seu fim.  Os bons indicadores no campo econômico permitem projetar 2018 com otimismo, audácia e cuidado, ao passo, que é evidente e inquestionável que esse ano termina com o efeito psicológico muito melhor que o biênio anterior.

A agenda intensa de reformas no congresso, constroem as pontes do crescimento alavancado para o futuro próximo. O ambiente microeconômico melhor, projeta uma recuperação muito mais forte que os mercados sugerem. As políticas econômicas em curso já resolveram grandes obstáculos à retomada do crescimento, hoje, a inflação está sobre controle e o ambiente, abre espaços para [novas] quedas na taxa de juros, fato que, é um indutor natural de novos investimentos.

O problema fiscal ainda é um drama perverso. O problema das contas públicas pode frear novos cortes de juros da SELIC. Naturalmente, o governo se apega na possibilidade de aprovar a reforma da previdência ainda no primeiro semestre do próximo ano, fato que, não só melhora as perspectivas da situação fiscal do país, bem como, funciona como um calmante para o mercado financeiro e pavimenta um cenário de confiança para a atração de novos investimentos externos.

No congresso, apesar do calendário eleitoral, há uma agenda de reformas importantes e inadiáveis. A reforma tributária, deve ser o caminho natural para os congressistas após a aprovação da reforma previdenciária – que é uma pauta urgente e de grande importância para os próximos anos.

O caminho para o país me parece claro: uma guinada liberal, que pode abrir espaço para redução do gordo e impotente Estado brasileiro, além de ambientes mais propícios aos negócios, a geração de empregos, aumento da produtividade com forte viés tecnológico e abertura comercial, permitindo que o Brasil volte a rota dos investimentos externos, retorne ao caminho do crescimento com combate à pobreza e melhoria da distribuição de renda.

Os desafios são enormes, é preciso recolocar o país nos trilhos.

No espectro político há uma grande preocupação com os chamados outsiders que aproveitam de lacunas deixadas pela crescente crise de representatividade e da democracia, e, se projetam como alternativas factíveis, a qual, particularmente, não acredito. A saída para todas as dificuldades que atravessamos durante essa recessão está invariavelmente na política. O compromisso com as reformas que o país precisa deve ser a bandeira norteadora de quaisquer candidatos à presidência da república.

O momento, segue o compasso da frase do ministro da fazenda: vamos com calma que eu tenho pressa. Acelerar o ritmo das reformas microeconômicas e macroeconômicas irão permitir ganhos futuros imensuráveis, entretanto, é preciso haver diálogo claro e objetivo com a sociedade. Em duas palavras: agressividade e cautela.

Os indicadores econômicos durante esse ano, norteiam como será a economia para os próximos, a recessão é um capitulo triste de nossa história que foi finalizado. A responsabilidade fiscal é uma preocupação recorrente dos governos, o zelo a coisa pública é uma obrigação reiterada e diária, o déficit das contas públicas é o próximo inimigo a ser vencido, abrindo espaço para a redução ainda mais acentuada dos juros.

O Brasil precisa de um novo choque de capitalismo e governança. A falácia que o dinheiro público é infinito já não se sustenta. Os Estados, Municípios e União precisam reorganizar as suas contas por ordem de prioridade; é preciso incrementar a tecnologia ao serviço público gerando ganhos de produtividade e eficiência.

O que o país precisa é de um sonho universal que una gregos e troianos, um projeto de país do presente. A solução não é mágica, não é da noite para o dia que vamos vencer o atraso, mas pode ser o ponta pé inicial para engrenar a locomotiva do futuro. Precisamos no presente dar um choque de futuro.

Leonardo Cordeiro - Economista

Leonardo Cordeiro - Economista Imagem da Internet

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