Estudo recente da Agência Nacional de Águas (ANA) mostrou que, de 2003 a 2016, 48 milhões de pessoas foram afetadas por secas ou estiagens no Brasil. Ao todo, foram registrados 4.824 eventos de seca com danos humanos. Somente no ano passado, 18 milhões de habitantes do país foram afetados pela escassez hídrica. Desse total, 84% viviam na Região Nordeste.
Quase metade dos municípios decretou emergência ou calamidade de 2003 a 2016. Para o professor do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da Universidade de Brasília (UnB), Oscar Cordeiro, o Brasil tem leis avançadas na regulação do uso da água e pode se tornar referência na solução dos atuais problemas.
Além da falta de chuvas, o professor da UnB avalia que o aumento da demanda agravou o abastecimento. Ele cita os casos de São Paulo, que há três anos precisou recorrer ao volume morto do Sistema Cantareira, e do Distrito Federal, que mantém o abastecimento racionado. Cordeiro teve o nome recentemente aprovado pelo Senado e deve assumir em breve uma diretoria na ANA.
Para o superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, Sérgio Ayrimoraes, o modelo de governança adotado pelo país para o setor é sólido, mas o momento representa uma oportunidade de crescimento.
O meteorologista Expedito Rebello, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), alerta que o fenômeno La Niña, em evolução no Oceano Pacífico, deve provocar mais seca em algumas áreas do país nos próximos seis meses. As consequências, portanto, ainda deverão ser sentidas quando Brasília sediar o 8º Fórum Mundial da Água, em 2018.
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