Por Genaldo de Melo
Para quem ficou calado diante da narrativa da imprensa tradicional que pregou que com as novas regras da reforma trabalhista o Brasil entraria na modernização e os empregos surgiriam aos montes, principalmente quando sindicalistas e a imprensa independente diziam o tempo todo do perigo das mesmas, o primeiro sinal de alerta do que vai começar a acontecer com os trabalhadores brasileiros aconteceu exatamente na Bahia.
Segundo o jornal Folha de São Paulo o juiz do trabalho da Bahia, José Cairo Júnior, proferiu dura sentença contra um empregado, baseado na nova legislação trabalhista, que entrara na Justiça do Trabalho contra o empregador com a tese rejeitada pelo juiz de "responsabilidade civil do empregador decorrente de atos de violência praticados por terceiros".
Enquanto as regras antigas permitiriam que o empregado (não mencionado o nome do mesmo na Folha) poderia receber até a quantia de R$ 50 mil que pleiteara, agora ele terá que desembolsar segundo a sentença do juiz que agiu juridicamente de conformidade com a nova lei, a quantia de R$ 8.500,00 por litigância de má-fé e pelas custas processuais.
Prova-se com isso, que com as novas regras trabalhistas, que a sociedade não reagiu contra no ato de aprovação no Congresso Nacional, em vez de ter direitos os trabalhadores agora terão obrigações, tanto por danos morais contra os patrões como com os custos dos advogados que acionará.
Quando parcela daqueles que formam opinião, considerando que a sociedade brasileira não pode entrar em barbárie, tentou em vão demonstrar a inviabilidade desse processo desastroso em acabar com as regras da CLT, muita gente que deveria ajudar para que se pressionasse o Congresso Nacional para que essa famigerada legislação trabalhista não fosse aprovada, em vez disso apregoou o discurso da Rede Globo de que tudo não passava de gritaria de petista que sempre é contra tudo que "moderniza" o Brasil.
Como já venho dizendo desde antes, como a sociedade não reage de modo nenhum a nenhuma dessas iniciativas retrógradas desse governo que não teve voto para decidir pelos rumos dos brasileiros, parece que estes vão descobrir da forma mais cruel possível, quando Inês já é morta.
Até mesmo a convocação que foi feita para que o Brasil parasse no último dia 10 de novembro, simplesmente o povo em si não foi para as ruas, quem foi de novo foram poucos sindicalistas que sozinhos e sem gente não vai fazer frente ao poder sentado na cadeira de Presidente da República, e àquele miserável Congresso Nacional que acabou com o conceito elementar de democracia representativa no Brasil.
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