Circular pelas rodovias que cortam a Bahia - sejam elas estaduais ou federais, sob concessão ou não - tem sido tarefa complicada. A cada dez estradas que passam pelo estado, seis são consideradas regulares, ruins ou péssimas. De 57 rodovias baianas analisadas pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 64,8% estão nessa situação e, quanto ao estado geral, nenhuma é tida como ótima.
É aqui, também, que está a pior ligação rodoviária do país - trecho que liga a cidade de Barreiras, no Extremo-Oeste baiano, à cidade de Natividade, no Tocantins. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (6) pela CNT e fazem parte da Pesquisa CNT de Rodovias 2017.
De um total de 109 ligações entre rodovias analisadas pela Confederação, a pior delas, que liga Barreiras (BA) a Natividade (TO), envolve cinco rodovias: a BA-460, BA-460/ BR-242, TO-040 e TO-280.
Para além da dificuldade em transitar pelos trechos, com problemas de pavimentação, sinalização e infraestrutura de apoio, ainda há o prejuízo para quem depende da malha rodoviária para trabalhar. De acordo com a pesquisa, as condições gerais das rodovias impactaram diretamente no custo operacional dos transportadores, que subiu de 24,9% em 2016 para 27% este ano.
Com um maior custo para os transportes, sobe também o preço dos produtos distribuídos à sociedade. O impacto fica mais palpável quando se leva em consideração que 90% das cargas da indústria são transportadas através da malha rodoviária brasileira.
Na Bahia, o preço sobe ainda mais. De acordo com o assessor de Agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) Luiz Stahlke, a situação das rodovias impacta no aumento do frete para escoamento da safra em 30%, o que acaba encarecendo o produto. O impacto direto, de acordo com ele, é na quebra dos caminhões, no tempo de transporte e, consequentemente, no custo por tonelada transportada.
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