A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) rejeitou por unanimidade a proposta do Comitê de Bacias do Rio São Francisco de aumentar os valores cobrados pelo uso da água do rio, que pode chegar a 800%. O debate aconteceu nesta quinta-feira (26) em reunião da Subcomissão Nacional de Recursos Hídricos.
“A CNA, como sempre vigilante na defesa dos produtores rurais brasileiros, vai lutar pela rejeição dessa proposta que compromete significativamente os custos de produção e a viabilidade econômica e operacional da irrigação em diversos polos produtivos que ficam na bacia do rio São Francisco”, destacou o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço.
Presidente da Comissão Nacional do Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço.
Desde o início do ano a CNA realiza reuniões em parceria com as Federações de Agricultura e Pecuária e Associações de Irrigantes para negociar valores menores.
“Essa cobrança que pode ir de 300% a 800% não é justa, porque é um pagamento que pode tirar a competitividade do setor e onerar a produção”, destacou o coordenador de Sustentabilidade da Superintendência Técnica da CNA, Nelson Ananias Filho.
A CNA vai levar seu posicionamento ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) para que a proposta possa ser reestruturada.
“A cobrança não tem fim de arrecadação, mas de mostrar didaticamente o valor da água. Porém, com os valores propostos, estão desvirtuando o princípio da cobrança e deixando o sistema produtivo sem condições de produzir”, reforçou Nelson Ananias.
Outro assunto tratado na reunião foi a indexação da cobrança dos preços públicos unitários da água proposta da Agência Nacional de Águas (ANA). A CNA vai trabalhar junto com os demais setores usuários de água pela rejeição da proposta.
O grupo tratou também da participação do Sistema CNA no Fórum Mundial da Água, que será realizado em Brasília, no período de 18 a 23 de março de 2018. A ideia é realizar um seminário de preparação com as Federações em fevereiro, antes do fórum.
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