Os pescadores de Tocantinópolis, ainda sofrem com a situação do rio Tocantins, que segue baixando. De junho até agora, a seca é considerada uma das piores já registradas. Os pescadores dizem que praticamente não há peixe para pescar. O cenário de seca em um dos principais rios do país assusta o pescador Domingos Matos Dourado."Eu tenho 51 anos e nunca vi o rio na situação que está hoje. Está de fazer dó. Dá vontade de chorar. Não tem peixe. Os peixes que têm são pequenos e estão mortos", lamenta.
O geógrafo Fábio Pessoa Vieira que é professor da Universidade Federal do Tocantins e vem acompanhando a baixa do rio nos últimos anos. Ele aponta três fatores que explicariam a seca do rio.
"Primeiro tem a ver com o desmatamento do Cerrado de modo geral e das margens dos rios. Tanto do principal, Tocantins, quanto dos afluentes. O segundo tem a ver com a questão das chuvas, mas a chuva não é a principal responsável porque existe momento cíclicos de diminuição e aumento de pluviosidade. O terceiro fator é com relação as construções de hidrelétricas. No rio Tocantins como um todo temos seis e a 30 km de distância temos a hidrelétrica do Estreito, que de fato vai acarretar no contexto atual dessa margem específica. Não é a principal vilã desse processo, mas especificamente para área aqui vai impactar bastante".
A usina hidrelétrica começou a operar em abril de 2011 na cidade de Estreito, no Maranhão. A energia produzida é distribuída para estados da região Norte e Nordeste. São oito turbinas na usina, mas apenas duas estão em atividade e pela metade. O que corresponde a 15% da capacidade total de produção de energia.
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