A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, rechaçou a ideia de que o fantasma da intervenção militar esteja à espreita diante de um Judiciário incapaz de lidar com a corrupção da classe política. A ministra foi questionada neste final de semana, no Festival Piauí GloboNews de Jornalismo, sobre a fala de Antonio Hamilton Mourão.
Em setembro, o general da ativa no Exército apontou a tomada do poder como saída possível para a avalanche de denúncias que soterra Brasília, isso se o Judiciário "não solucionar o problema político". Em palestra promovida pela maçonaria em Brasília, Mourão disse que a causa não era só dele: tinha simpatia de "companheiros do Alto Comando do Exército".
A declaração sem dúvida "é grave", ainda que exposta "teoricamente para um pequeno grupo", disse aquela à frente da mais alta corte do país. Mas, para Cármen Lúcia, o Judiciário está, sim, "cumprindo seu papel". Fora que "não há justiça sem democracia, e o brasileiro não aguenta mais ser injustiçado", continuou a ministra.
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