Quando todos já tinham em conta que os velhos métodos de se fazer política na Bahia, instrumentos dos resquícios dos últimos passos do coronelismo na Bahia personificado no Carlismo, haviam definitivamente acabado com o desaparecimento de Antonio Carlos Magalhães, eis que surge seu neto para querer de novo fazer renascer uma forma anacrônica de se fazer política que não combina mais com os tempos atuais.
Vozes, e não são poucas, dizem que ACM Neto (DEM) depois que viu que não ganha as eleições para o governador Rui Costa (PT) com a elegância que deve se caracterizar os tempos modernos na política, literalmente partiu para o ataque aos prefeitos municipais na Bahia, através da chantagem explícita, já que dispõe do poder da aliança com atual mandatário da República, que veio lá das bandas do Tietê.
Não deveria haver nesses tempos esse tipo de arroubo político, porque mesmo que os prefeitos dependam dos recursos extras do Governo Federal, vivemos numa democracia (ainda que em frangalhos), aonde muitos dos recursos que devem ser repassados para os municípios são obrigatórios. E ninguém nos tempos de hoje está mais vivendo politicamente na base da chantagem, e ACM Neto deveria muito bem fazer uma leitura do que aconteceu em 2006 e ver porque foi que exatamente Paulo Souto perdeu as eleições para Jacques Wagner.
O desespero político perto de uma iminente derrota é uma unanimidade na história da civilização humana, mais a coerência com a própria história deveria ser assimilada pelo menos por quem presta serviços de assessoria para esses quadros novos da política que querem repetir métodos antigos que não mais funcionam. Quem quiser fazer que faça, mais é bom não esquecer que a própria realidade deve ser estudada para não se induzir no erro.
Primeiro foi a ameaça contra Michel Temer, pois se ele liberar R$ 600 milhões de empréstimo do Banco do Brasil para o governo baiano, Neto e seu grupo poderão abandonar politicamente o mesmo. E as denúncias não deixam de "pipocar" de que ele vem conseguindo manter essa chantagem, pois tudo jurídica e tecnicamente foi resolvido e o banco ainda não liberou o dinheiro para as obras do Estado.
Segundo, e talvez muito mais grave, foi a denúncia feita pelo deputado estadual, Alex Lima (Podemos) na Assembléia Legislativa do Estado de que ACM Neto vem deliberadamente chantageando chefes dos executivos municipais para que estes abandonem politicamente Rui Costa (PT) nas próximas eleições, ou então vai influenciar na liberação de recursos, principalmente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, já que o presidente do Fundo é Sílvio Pinheiro (PSDB), seu indicado.
Papel muito feio politicamente falando, porque não combina com o discurso e a imagem de político moderno que o prefeito de Salvador vem vendendo nos últimos anos. O direito de fazer isso ele tem, porque ele é livre, e vive mesmo que numa democracia em frangalhos, mas vive numa democracia em que todos são livres para tomar a postura política que quiser, mas também sofrer as conseqüências absolutas das mesmas quando vier. Quem viver verá!
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