A reunião mensal do grupo médico-científico liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do qual 10 instituições de educação e saúde do país participam, incluindo o Dom Malan/IMIP de Petrolina, aconteceu esta semana (02) com o tema Zika vírus e gestação.
Na oportunidade, a unidade materno-infantil de referência para mais de 50 municípios do sertão contribuiu com as discussões ofertando o conteúdo PROTOCOLO DE NOTIFICAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA SÍNDROME CONGÊNITA RELACIONADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA EM PERNAMBUCO. O projeto de ensino e pesquisa foi apresentado pelo especialista em medicina fetal do HDM e professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Marcelo Marques.
O documento, montado a muitas mãos, apresenta critérios para a detecção e notificação de quadros sugestivos de Zika em recém-nascidos, de alterações fetais oriundas da infecção e da gestante com exantema; como também busca definir fluxos e orientações adequadas para o diagnóstico, assistência e vigilância durante a gestação e dos recém-nascidos acometidos pela doença.
“O Brasil foi destaque na produção científica sobre a microcefalia ligada ao Zika vírus, inclusive em publicações internacionais em 2015 e 2016, e nós estamos muito felizes de poder dar agora a nossa contribuição”, pontua Marcelo.
Em maio de 2017, o Ministério da Saúde declarou o fim da emergência nacional para Zika e microcefalia. Apesar disso, o médico Marcelo Marques garante que o assunto precisa ser mantido vivo, pois novos casos continuam aparecendo, mesmo que em número bem menor. Além disso, os bebês infectados precisam continuar recebendo assistência adequada para um bom desenvolvimento. “Ainda há muito a ser explorado nesse universo e as pesquisas não podem parar”, ressalta o médico.
O professor da Unifesp e mediador do grupo, Júlio Elito Júnior, ao final do evento realizado via videoconferência, agradeceu a participação do Dom Malan e fez referência à qualidade da pesquisa. “Sem dúvidas todos os que apresentaram trabalhos hoje estão de parabéns e estamos muito contentes de poder traçar esse panorama após a epidemia. Lembro que tivemos uma reunião lá em 2015, quando estavam surgindo as primeiras pesquisas sobre o assunto e a literatura era muito escassa. Então, agora poder voltar com esses resultados palpáveis, oriundos das realidades distintas das diversas regiões do país, é muito enriquecedor”, considerou.
De acordo com a diretora de ensino e pesquisa do HDM/IMIP, é muito satisfatório ver o Dom Malan produzindo conhecimento científico, ainda mais para o Brasil. “É um momento muito importante para todos nós e que nos enche de orgulho”, finaliza Angélica Guimarães.
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