Os terreiros de candomblé e o Coletivo de Entidades Negras (CEN) estão se organizando para levar os casos de intolerância religiosa à Organização das Nações Unidas (ONU). Na Bahia, somente este ano, foram registrados 13 casos de intolerância religiosa, de acordo com dados do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela. De 2013 até hoje, foram 98 casos.
Segundo o coordenador do CEN, Marcos Rezende, advogados de alguns estados estão se organizando para levantar os dados de intolerância religiosa e denunciar os casos, além de responsabilizar o Estado brasileiro pela omissão aos casos de intolerância religiosa no país.
“Estamos coletando dados do Rio Grande do Sul, Pernambuco e São Paulo para apresentar uma denúncia na ONU e na OEA (Organização dos Estados Americanos), na Corte Interamericana sobre esses tipos de violência e também na ONU, para responsabilizar o Estado brasileiro por omissão”, explica Rezende.
Para o estudante Matheus Maciel, 24 anos, que é filho de Oxalá e de um terreiro que já foi alvo de intolerância, a melhor saída para pôr fim aos casos está na concretização das leis 10.639 e 11.645, que obrigam o ensino da cultura afro-brasileira e indígena nas escolas. “A ONU serve ao mesmo modelo de estado que faz a exclusão. A concretização dessa lei já seria um bom começo”, afirma.
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