ESPAÇO DO LEITOR: A VASSOURINHA ENGANADORA...

18 de Sep / 2017 às 23h00 | Espaço do Leitor

Tem certas coisas na vida que não esquecemos. Parece estou vendo um grandioso comício ali no Largo Dois de Julho, com o palanque na calçada de um antigo Armazém, citado aqui num saudoso texto que há poucos dias compartilhei com vocês... Parece estou vendo aquele local totalmente lotado, e homens bem vestidos de branco a falar e falar, e me pergunte se lembro de uma só palavra ali proferida, que vou dizer não lembrar absolutamente de nada... Criança ainda, como eu era, nem sei o que estava fazendo lá! Já gostava de política? Será...

Mas, uma lembrança ficou marcada: A hora que foi colocado um som bem alto tocando uma música alusiva a varrer a corrupção, diga-se de passagem já naquele tempo botando suas manguinhas do lado de fora, e no palanque uma cena de varre e varre começa a acontecer, e tome varrer e varrer, as pessoas agitadas de vassoura na mão como nessa ilustração, ficavam com olhar brilhantes e tome vassourinha encenando a mudança que o então candidato a Presidente da República alardeava com aquele jeitão populista que até hoje tem o seu lugar...

Enquanto escrevia, estava aqui a lembrar, que também, naquela época, os marqueteiros já impunham suas marcas onde, nesse caso, era uma vassourinha enganadora. Como não escrevo para mim, se alguém discordar fique à vontade para contestar...

Passou o tempo, e quando menos espero atento a tudo que sou, ouço pelo Rádio, esse equipamento imortal, que aquela figura que andara pregando aos quatro cantos do país uma nova forma de governo, tinha renunciado...!!! Na cabeça de uma criança ficou a duvida: não varreu nada, e foi varrido! Pensei certo, errado, ou o candidato era mesmo um desvairado?

E o tempo continuou a passar. E a vida não para nem pode parar. Quando penso que não, lá está aquela figura sendo Prefeito da maior cidade do país, onde seu opositor sentou antes na cadeira que não lhe cabia e o povo foi lá e deu aquela bela lição ao intelectual privatista, e não sou eu dizendo, mas provas estão aí durante os 8 anos de governo que lhe foi dado... Falar nisso, o mesmo só não privatizou o seu Partido, a maior constelação de estrelas apagadas, e ninho de vaidades que, particularmente, vi até hoje...

E passou o tempo, e novamente estamos a lembrar o quanto se gastaria de vassouras, nos dias de hoje, para varrer tudo isso que aí está. Vamos fazer uma breve lembrança? “No inicio era dinheiro nos bolsos, depois nas meias e cuecas. Aí apareceram as mochilas e as malas de dinheiro. E agora são apartamentos de dinheiro”. 

Quando vi essa imagem que ilustra o presente texto, com as pessoas de vassouras na mão, sorrisão largo, olhar de esperança e confiança no seu candidato, logo disse a mim mesmo: é preciso que essas figuras aprendam a respeitar o povo e não os manipulem a seu favor. É preciso que parem de enganar, porque como diz a lição, “quem brinca com fogo um dia se queima”.

Ou seja, atualmente, já não bastam as vassourinhas, é necessário rodos, desinfetantes, inseticidas e todo material de limpeza para uma faxina geral... Agora pensei, FAXINA GERAL não seria o melhor titulo desse texto? Ah, deixa A VASSOURINHA ENGANADORA mesmo!

Dica de vida: “A água que não corre forma um pântano; a mente que não pensa forma um tolo.” (Vitor Hugo).

Acord@dinho – Apaixonado por Juazeiro e leitor assíduo do blog.

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