Ainda repercute dois dias depois de o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) ter ocupado a tribuna da Câmara para fazer duras críticas a Fernando Bezerra Coelho, pela forma que ele ingressou no partido, a resposta do senador que deu o troco na tarde de ontem quarta-feira (13). Em um pronunciamento de pouco mais de 11 minutos, FBC criticou o deputado, o Governo Paulo Câmara e a forma de fazer política do PSB.
“Venho a esta tribuna para responder e rechaçar as agressões do deputado Jarbas Vasconcelos, as quais buscam confundir com meias verdades, numa tentativa vã, de denegrir a minha trajetória política e a minha decisão em aceitar o convite da direção nacional para retornar aos quadros do PMDB, partido que militei por mais de 11 anos”, iniciou o senador.
Destacando que é difícil “contestar tamanha coerência na cena política pernambucana”, o senador exaltou a sua capacidade de diálogo. Depois de historiar a sua trajetória na política, afirmou que sempre uma atuação no mesmo campo.
“Essa trajetória merece respeito. Repilo as agressões dos que não tendo argumentos, buscam macular nossas atitudes com o objetivo de distorcer e criar uma narrativa que justifique seus próprios erros e equívocos políticos”, colocou, em determinado trecho. Também lembrou que, depois de eleito em 2014, não teve espaço para participar do Governo. E esse teria sido o motivo para o distanciamento do partido.
“Tenho a consciência tranquila que busquei participar do projeto que apresentamos aos pernambucanos em 2014. Não me foi dado o direito de colaborar e ajudar. Erros administrativos e, sobretudo, políticos, vêm se acumulando em Pernambuco. Não tenho receio dos embates que haveremos de enfrentar”, atacou.
Em seguida, FBC questionou a troca de cargos por apoio, ao classificar de “incoerência” e “cinismo” questionar barganhas políticas “nível federal”, sem reconhecer “as mesmas barganhas a nível estadual”.
“Será que são as secretarias e órgãos estaduais que explicam a flexibilidade do Deputado Jarbas Vasconcelos em aceitar alianças políticas que até as eleições passadas condenava? Não quero julgar, o deputado tem direito de rever suas posições, mas a boa educação política exige que se respeite o posicionamento dos outros”, disparou senador.
Sem citar nome ou partido, o senador também alfinetou que “partido nenhum pode se prestar a ser instrumento de interesses familiares”.
"Ninguém, por mais meritórias que sejam as trajetórias, podem se considerar donos de partidos. Neste particular, é importante frisar que não basta ter sobrenome para vencer na política. É preciso vocação, preparo, proposta e muito trabalho. Mas é fundamental ter votos. Alguns líderes fracassam ao tentar eleger seus filhos”, provocou o senador.
Também acrescentou que o tumulto provocado pelo seu ingresso vai passar rápido.
“O alarido provocado pelas vozes dos que hoje me criticam vai passar muito rapidamente! Este estilo de fazer política já foi derrotado muitas vezes pelos pernambucanos! Sei que alguns têm direito e legitimidade para expressar suas opiniões, mas também sei que outros fazem o jogo dos detentores do poder, alimentados por cargos e posições, por promessas que sistematicamente vem sendo quebradas e não honradas! A ficha vai cair!”, afirmou, acrescentando que informou a Jarbas Vasconcelos sobre o ingresso no PMDB.
Por fim, garantiu que o PMDB estará pronto para liderar o “novo projeto” para Pernambuco. “Acredito nos pernambucanos e estou certo que haveremos de construir um novo tempo’, finalizou FBC, sinalizando para a disputa em 2018.
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