O Ministério da Integração Nacional, por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), já investiu mais de R$ 382 milhões em ações de revitalização da bacia do rio Parnaíba, considerado o segundo em termos de contribuição hídrica ao Nordeste - atrás apenas do rio São Francisco. As medidas de preservação e recuperação incluem obras de esgotamento sanitário, ligações intradomiciliares e controle de processos erosivos. O objetivo é recuperar áreas degradadas e ampliar a oferta de água da bacia hidrográfica, que abrange municípios dos estados do Piauí, Maranhão e Ceará.
As obras de sistemas de esgotamento sanitário receberam a maior parcela de investimentos. Cerca de R$ 336 milhões foram empregados em medidas para preservar os recursos hídricos, que também garantem a redução de focos de doenças e da poluição do subsolo e de mananciais como córregos, rios e lagos. Os sistemas - implantados em zonas urbanas de municípios que integram a região da bacia e possuem até 50 mil habitantes - são compostos por estações elevatórias, de tratamento e redes coletoras. Além dos benefícios à saúde pública, cada R$ 1 milhão investido em obras de esgoto sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos, além das vagas de trabalho permanentes quando o sistema entra na fase de operação.
Erosões
A Codevasf também realiza o controle de processos erosivos na bacia do rio Parnaíba. As intervenções, que já receberam R$ 23 milhões até o momento, contribuem com a recuperação de áreas degradadas e na proteção do solo, da flora e dos recursos hídricos. Já foram concluídas a recuperação da voçoroca de Santa Filomena e o controle de dunas de Ilha Grande. Estão em execução o monitoramento de grandes reservatórios, a implantação de viveiros na Floresta Nacional de Palmares e a elaboração de um diagnóstico dos recursos hídricos da bacia do Parnaíba, dentre outras ações.
Rio Parnaíba
São mais de 1.400 km que atravessam diferentes biomas - como o Cerrado, a Caatinga e o Costeiro. Esse é o rio Parnaíba, principal artéria de uma das mais importantes regiões hidrográficas do Nordeste brasileiro, ocupada pelos estados do Piauí, Maranhão e Ceará.
O Rio Parnaíba tem suas origens na Serra da Tabatinga, que limita o Piauí com a Bahia, Maranhão e Tocantins. As nascentes se formam a partir de ressurgências na Chapada das Mangabeiras, as quais originam os cursos dos rios Lontras, Curriola e Água Quente - que, unidos, formam o rio Parnaíba. Seus principais afluentes são alimentados por águas superficiais e subterrâneas, destacando-se os rios Balsas, Gurgueia, Piauí, Canindé, Poti e Longá.
O Vale do Parnaíba possui uma superfície de 325.834,80 km², abrangendo 279 municípios e uma população de 4.800.934 pessoas (IBGE, 2011). Dos municípios, 240 possuem a totalidade de sua área territorial inserida no Vale, e os demais 39 encontram-se parcialmente inseridos - ou seja, seus territórios extrapolam os limites ou divisores da bacia hidrográfica estabelecidos.
Contingente populacional
Uma das características da bacia é o grande contingente populacional vivendo na área litorânea, em especial no centro sub-regional representado pela cidade de Parnaíba. A região possui a única capital fora da área litorânea do Nordeste, a cidade de Teresina, situada às margens do rio Parnaíba.
A região hidrográfica do Parnaíba foi dividida em três grandes sub-bacias ¿ Alto Parnaíba, Médio Parnaíba e Baixo Parnaíba -, e em quatro macrorregiões: do Cerrado, do Semiárido, do Meio Norte e do Litoral.
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