Prisão do ex-ministro leva o PMDB a discutir novo rumo

11 de Sep / 2017 às 08h26 | Política

Um dos nomes históricos do PMDB baiano, o ex-vereador de Salvador Sandoval Guimarães defende que a executiva estadual convoque, já nesta semana, uma reunião dos filiados para discutir os rumos do partido no estado. Guimarães teme prejuízos ao PMDB depois que as duas principais lideranças – os irmãos Vieira Lima, que há quase duas décadas comandam o partido – tiveram os nomes envolvidos na nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima está preso em Brasília desde a última sexta-feira, 8, após a Polícia Federal apreender, em um apartamento em Salvador, cerca de R$ 51 milhões com as digitais do peemedebista. O deputado federal Lúcio Vieira Lima, que preside o partido em Salvador, não está implicado no caso, mas foi ele quem pediu emprestado ao empresário Sílvio Silveira o apartamento onde a PF encontrou as malas e caixas com dinheiro.

Contaminação

Sandoval, que foi vereador em cinco mandatos e engrossou as fileiras do velho MDB de Ulysses Guimarães, disse que o momento exige “calma e muita reflexão”, mas cobrou “urgência” na definição de um comando no partido. “Não podemos ficar inertes, porque o PMDB ainda é uma grande força na Bahia e vem atraindo novos quadros”, avalia Sandoval. “Minha expectativa é que o presidente convoque uma reunião para o partido fazer esta discussão”, afirmou ele, referindo-se ao deputado estadual Pedro Tavares, que vem interinamente respondendo pelo partido.

A posição de Sandoval coincide com a de parlamentares da bancada estadual do PMDB, que já não escondem a necessidade de renovação no comando partidário. Os cinco deputados estaduais são potenciais candidatos na eleição de 2018. A preocupação deles é que a imagem do partido fique prejudicada com as investigações da Lava Jato e possa impactar negativamente o resultado das urnas.

O PMDB também é o principal aliado do governo do prefeito de Salvador ACM Neto (DEM). Neto deve disputar o governo do estado em 2018 e ceder o cargo para o vice-prefeito, o peemedebista Bruno Reis. DEM e PMDB caminham juntos nacionalmente e integram ao lado do PSDB o governo do presidente Michel Temer (PMDB). Mas rumores de Brasília já sinalizam que a aliança na Bahia, depois da prisão de Geddel, só se viabilizará se a direção do partido não estiver contaminada pelo grupo do ex-ministro.

Fonte: Jornal A Tarde Foto: Valdemiro Lopes l Divulgação

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