Árvores nos dão sombra, refrescam e limpam o ar que respiramos nas cidades. Mas e se elas morrerem por doenças, por idade ou mesmo por acidentes? Bom, muitas administrações decidem por cortar as árvores mortas existentes em espaços públicos por uma questão de segurança, mas nem todas as árvores podem representar perigo aos cidadãos. E aí é que entra a arte para lhes dar uma segunda vida.
Em Petrolina, a Justiça Federal, decidiu que não iria arrancar os troncos de três arvores que tinham morrido em frente ao prédio, para dar lugar a arte. Através de um projeto em parceria com a Oficina do Artesão Mestre Quincas, quatro artistas darão novas formas aos troncos que seriam retirados do solo. No espaço público, serão feitas três esculturas que poderão ser apreciadas por quem passar no local.
Carina Lacerda, artesã, disse que o projeto surgiu de uma ideia de Nina Tavares, coordenadora da Oficina do Artesão, partindo do ponto da releitura. " Eu tenho duas filhas e nessa árvore que estou trabalhando, farei três mulheres grávidas, e em cima delas uma revoada de beija-flores. A arte para o ser humano é um deleite. A obra de arte não é para se colocar uma toalha, um livro em cima, é para se admirar. Sou apaixonada pelo que faço", disse a artesã.
Para Fredson Adjar, artesão, “mesmo quando a arte é feia, a exemplo de uma carranca, que tem cara dura, a arte a transforma em algo bonito e de se admirar. Transformar uma árvore morta em arte é uma honra. É uma forma de honrar quem já deu sombra, quem já nos deu vida. Em vez de queimar, a ideia é embelezar o espaço. Aqui estamos também plantando novas árvores no entorno, para dar mais vida as nossas esculturas", disse o artista.
Também participam do projeto, os artesãos Francisco Soares (Gago) e Cícero Rodrigues, que trabalham outras árvores, retratando carrancas e outras formas. Dentro em breve, acontecerá a inauguração do espaço. É esperar para contemplar.
Oficina do Artesão Mestre Quincas
Fundada em 1989, a Oficina do Artesão Mestre Quincas, em Petrolina (PE), abriga as duas principais associações de artesãos do município. É local de trabalho para vários deles e conta com uma loja onde são expostos os trabalhos criados, além dos que chegam de ateliês externos.
Trata-se de um local de visitação bem interessante para aqueles que desejam conhecer as principais atrações da cidade ou que pretendem contemplar o artesanato da região.
Instalada num amplo galpão cedido e mantido pela Prefeitura, a Oficina do Artesão homenageia com o seu nome aquele que é considerado o primeiro artesão de Petrolina (PE), e que viveu entre 1895 e 1935. A área é dividida em espaços para comercialização e produção, disponibilizando uma grande variedade de peças; entre elas, esculturas de madeira, incluindo as famosas carrancas, esculturas em pedra, pinturas e bordados.
O ateliê é formado por espaços delimitados sobre uma grande área plana, sendo que cada espaço é ocupado por um artesão, pelas suas ferramentas e pela sua matéria-prima. Num ambiente de bastante informalidade e grande calor humano, é possível não apenas observar o processo de criação, mas também interagir com os artesãos, ouvindo histórias e conhecendo as técnicas, o perfil e os projetos.
A Oficina está localizada na Av. Cardoso de Sá, s/n, Vila Eduardo, proximidades do 72º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército e rotatória do monumento do Centenário. Outras informações podem ser obtidas através dos telefones (87) 3864-2069 e (87) 3864-6916. O local fica aberto para visitas de segunda a sexta-feira das 8h às 18h, aos sábados e feriados das 8h às 17h e aos domingos das 8h às 12h, e não é necessário agendamento.
Por Cauby Fernandes
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