Corte de verbas é “bomba atômica” contra a ciência

05 de Sep / 2017 às 19h23 | Variadas

O desmonte patrocinado pela redução de 44% do orçamento federal para a ciência, anunciado no primeiro semestre do ano, já é sentido no setor e continua mobilizando os cientistas brasileiros. O corte de investimentos é tema da revista Nature, uma das principais publicações científicas do mundo, em matéria especial sob o título “Brazilian scientists reeling as federal funds slashed by nearly halt”. 

“O novo orçamento é uma bomba atômica contra a ciência brasileira”, denunciou o físico Luiz Davidovich, presidente da Acadêmia Brasileira de Ciências, expondo a insatisfação do setor. “Se estivéssemos em uma guerra, poderíamos pensar que essa era uma estratégia de uma potência estrangeira para destruir nosso país”, disse. A “bomba” deixou o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) com o menor orçamento dos últimos 12 anos, o que pode, segundo os cientistas, resultar na destruição da ciência no país.

Sob o argumento do ajuste fiscal,  o corte de verbas da ciência faz parte da política de transferência dos recursos públicos para os rentistas internacionais, em prejuízo do Estado brasileiro. “Assistimos o desmembramento de equipes que será difícil de reconstruir”, alerta Fernando Peregrino, presidente da Associação Brasileira de Agências de Fomento à Ciência e Fundações Universitárias (Confies), também ouvido pela revista Nature. Para a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que enviou cartas a Temer e ao ministro Meirelles, “o governo agiu sem ouvir o Estado, mostrando uma miopia absoluta”.

CNPQ

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