O fato dos relatores entregarem três meses depois gravações que fizeram antes do acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) é motivo de desconfiança dos alvos do seu depoimento, que acreditam que os irmãos Batista podem ter omitido provas. Tanto que a defesa do presidente Michel Temer pedirá acesso aos novos áudios. Os advogados da JBS tratam o assunto com naturalidade e afirmam que não há risco de quebra do acordo de colaboração.
Como cita o blog Painel da "Folha de S. Paulo", em perícia realizada em junho deste ano, a Polícia Federal (PF) já havia encontrado indícios de arquivos que haviam sido removidos dos gravadores do empresário Joesley Batista, incluindo registros salvos com nomes parecidos aos de alguns dos nomes delatados por ele. Os arquivos apagados eram identificados como “Gabriel Guimarães X R. Saud”, “Roberta X Ricardo”, “Rodrigo R. Louro X Ricardo”, sendo Gabriel Guimarães um deputado do PT-MG e Roberta a irmã do doleiro Lúcio Funaro.
Ainda de acordo com a publicação, por não saber bem como usar o gravador, Joesley gravou os próprios advogados. Não se sabe se nesses áudios consta o nome do ex-procurador da PGR Marcelo Miller, que saiu do órgão para integrar a banca que negociou o acordo de leniência da JBS. O advogado de Temer, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, já havia solicitado em junho ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso às gravações apagadas por Joesley. “Pela primeira vez na história, vemos que existe enorme material probatório em segredo fora do processo”, disse Mariz.
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