Memória: Usina Sobradinho em 1992 chegou a liberar mais de 10 mil metros cúbicos por segundo de água

02 de Sep / 2017 às 15h00 | Variadas

A Agência Nacional de Águas autorizou um novo corte na vazão do Rio São Francisco, que já estava no nível mais baixo em 38 anos. O objetivo da redução da vazão é evitar que os reservatórios ao longo do Rio São Francisco cheguem ao volume morto até o fim de 2017. Sobradinho, está com 8% da capacidade. Na hidrelétrica de Xingó, entre Alagoas e Sergipe, o São Francisco parece mais um canal. Os barcos maiores não conseguem navegar. “Triste o Rio São Francisco hoje. A gente vê ele nessa situação, coisa que a gente nunca viu”, lamenta o pescador José Cloves Gomes da Silva.

Se a vazão continuar sendo reduzida, poderá acontecer o que os especialistas chamam de efeito cascata. Geração de energia comprometida, barcos de médio porte não poderão navegar, e até a irrigação poderá ser suspensa mais de uma vez na semana, isto já acontece nas quartaas-feiras, comprometendo toda a economia ribeirinha.

Em 1992, Sobradinho chegou a liberar mais de dez mil metros cúbicos por segundo. Mas, desde então, a vazão vem diminuindo. Agora, a Agência Nacional de Águas autorizou a redução para 580 metros cúbicos por segundo. A medida afeta mais de quatro milhões de pessoas que dependem do Rio São Francisco.

“É um grande sofrimento e uma grande preocupação para nós, que somos gestores de água do Rio São Francisco, e também para a população ribeirinha”, afirma o presidente em exercício do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, Maciel Oliveira.
                   
“Todos os usuários estão sendo impactados e estão fazendo adequações no sentido de minimizar toda essa questão dessa problemática de pouca água na bacia do São Francisco”, explica o diretor de Operações da Chesf, João Henrique Franklink.

O medo de seu Antônio é o desaparecimento de um dos rios mais importantes do país. “Pela tendência que vai talvez esse rio, acho que meus netos na minha idade não vão ver mais esse rio. Vai ser somente, sei lá, um riacho”, diz o artesão Antônio Francisco Santos.

com Informações Arquivo JN

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