Herlon Muzatier Nascimento da Silva procurou o blog para denunciar e acusar a Maternidade Municipal de Juazeiro de maus tratos e negligência médica. Com a certidão de óbito nas mãos Herlon queixa-se que sua filha, Maria Luiza Silva Leite, não viveu ao menos 24 horas. A causa da morte assinada é de Septicema Neonatal precoce, hipoxia neonatal grave e insufiência respiratória.
O pai revela que ainda viu a criança fazendo movimentos nas mãos na sala e assistiu o parto e "a forma não humana que sua esposa foi tratada durante o parto". Herlon diz que todas as grávidas passam por situações constrangedoras na maternidade. "Nos banheiros nem papel higiênico tem", acusa Herlon.
Herlon diz ainda que a negligência está no fato de sua esposa, Ana Claudia Santos Leite, 27 anos, ter feito todo o pré-natal correto, mas na hora do nascimento da filha vieram as complicações. "Minha esposa sentiu fortes dores na sexta-feira 16 de agosto e já procuramos a maternidade. Não havia cama, ela ficou andando pelos corredores, não havia quarto para atendimento humano para quem vai ter um parto", acusa Herlon, ressaltado que durante dois dias entre idas a maternidade e retorno para casa, assistiu no hospital todo tipo de maus tratos as gestantes.
"Minha esposa não falava de tanta dor. Só sentindo fortes dores. Não compreendo tamanha falta de humanidade em uma maternidade", diz Herlon.
Suelen Pereira Matos que também usou as redes sociais para denunciar o caso, disse que "é revoltante e humilhante a situação da Maternidade Municipal de Juazeiro. Acompanhei cada segundo da paciente Ana Claudia, esposa do meu primo, lá dentro da Maternidade. Temos que gritar, brigar para assim ser atendidos ou ter a atenção dos profissionais que ali estão. Isso sem falar na estrutura, nas condições que não tem nenhuma para receber os bebês que acabaram de nascer. Como pode a única maternidade municipal da cidade ainda não ter uma UTI Neonatal", questionou Suelen.
Em nota a Diretoria médica da Maternidade Municipal de Juazeiro afirma que deu assistência a gestante.
Leia na íntegra:
A diretoria médica da Maternidade Municipal de Juazeiro esclarece que a mãe chegou a unidade no último sábado, 19, com indicação para realizar um parto de baixo risco, e foi assistida por uma equipe completa de profissionais (médico obstetra, enfermeiro obstetra, pediatra e auxiliar de enfermagem). A equipe fez todo o possível para salvar o bebê que infelizmente veio a óbito logo após o nascimento. A direção lamenta profundamente e está sensível a dor da família.
A Secretaria informa que a unidade está habilitada para realizar partos de baixo e médio risco e atende a população dos 53 municípios que compõem a rede PEBA. As pacientes dessa rede que apresentam gestação de alto risco são encaminhadas para o Hospital Imip Dom Malan Petrolina, onde há UTI Neonatal.
Neste ano, 3710 partos foram realizados na Maternidade de Juazeiro. Deste número, o índice de mortalidade neonatal foi de apenas 2% no município, abaixo da média nacional que é de cerca de 9,6%. A unidade realiza mais de 2500 atendimentos por mês e oferta os serviços de parto normal, cesárea, curetagem e atendimentos ambulatoriais, como ultrassonografia, pré-natal de alto risco e atendimentos de prevenção ao câncer no colo dou útero.
Apesar das dificuldades que a saúde pública vem enfrentando em âmbito nacional, com a redução de repasses por parte do Governo Federal, a Prefeitura de Juazeiro investe 21% da sua receita neste setor, percentual acima do que é de obrigação por parte dos municípios (6%). Mesmo com este cenário, a Maternidade vem ampliando seus serviços, como a criação do espaço para acompanhantes, por exemplo.
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