A discordância do bispo emérito de Petrolina (sertão), Dom Frei Paulo Cardoso, numa obra da área do terreno onde fica o Palácio Diocesano da cidade, marcou a sessão da Câmara Municipal desta terça-feira, 22. Frei Paulo enviou nota aos vereadores, antes já havia publicado uma carta aberta, criticando com veemência a implantação do Shopping Popular Dom Malan.
O religioso solicitou a interferência do legislativo petrolinense para barrar a obra autorizada pela administração diocesana que tem à frente o Padre Antônio Malan de Carvalho. Dom Paulo frisou que foi uma decisão sem debate público.
“Tal ideia deveria ter passado por um amplo e profundo debate na igreja, com segmentos da sociedade e no poder público, pois uma decisão dessa, tomada erroneamente pelo Clero com o apoio da Prefeitura, passara de forma negativa, diante da importância do Palácio Diocesano para o patrimônio histórico da cidade e da igreja católica em Petrolina”.
Alguns vereadores acompanharam o bispo emérito nas críticas, solicitando o embargo, outros disseram que a construção não fere a preservação da edificação histórica. Para o vereador Ronaldo Cancão (PTBPE), do grupo governista, é preciso construir e ampliar as oportunidades de investimentos na maior cidade do sertão pernambucano, mas sem passar por cima das leis de preservação do patrimônio histórico petrolinense aprovadas na Casa Plínio Amorim, caso do Palácio Diocesano.
“Não se pode passar por cima da lei e por isso queremos a suspenção da obra. A nossa preocupação é com a questão da preservação do patrimônio histórico e cultural do Palácio Episcopal. Estamos solicitando esse cuidado por parte das autoridades responsáveis”, assinalou Cancão
Para o colega de bancada do petebista, o vereador Ronaldo Silva (PSDB) que chegou a pedir destaque num requerimento de Cancão sobre o assunto, mas voltou atrás, porque acredita que tanto a Diocese quanto a Prefeitura, tem explicações sobre o tema.
“No projeto não há ação nenhuma que possa ferir o patrimônio histócio do Palácio Diocesano. Se há dúvidas, a Diocese que esclareça, mas tudo está dentro da lei”, comentou Silva.
Polêmica à parte, o vereador Aero Cruz (PSB-PE), relator da Comissão de Obra, fez uma solitação verbal ao presidente da Câmara, vereador Osório Siqueira (PSB-PE) para formar comissão especial na Casa e acompanhar os serviços do shopping popular.
“Estamos atentos, vimos que do ponto de vista legal, a construção não tem nada ilegal, queremos transparência maior e assim, junto com a Comissão de Obras da qual sou relator, fiz uma solicitação verbal para formamos uma comissão especial na Casa. Iremos acompanhar de perto, solicitar documentação e deixarmos tudo esclarecido sobre essa obra”, registrou Aero que quer já amanhã dispor dos nomes dos colegas que farão parte da comissão especial.
A vereadora Cristina Costa (PT-PE), da bancada de oposição, também se pronunciou sobre o assunto na sessão plenária desta terça e chegou a propor a realização de audiência pública para debater a questão.
“Nós somos pela legalidade. Queremos que sejam apresentados todos os contratos e demais documentos que autorizam e atestem a legalidade da obra deste shopping popular”, pontuou.
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