Integrante da tribo indígena Xukuru, de Pesqueira, no Agreste, Hélio Ferreira Coelho acaba de conquistar um título histórico para seu povo: a graduação em arquitetura e urbanismo. Primeiro de sua tribo a se formar no curso, o índio mostrou que o passo inicial para conquistar objetivos é acreditar nos sonhos. Há seis anos, pensou em estudar em nível superior. Preparou-se e conseguiu uma vaga na Faculdade, onde se formou na semana passada. No dia da colação de grau, fez questão de usar na cabeça o cocar e um colar de sementes no pescoço, símbolos da sua tribo.
A ideia de fazer arquitetura e urbanismo surgiu da necessidade de conhecer sua própria história e a de seu povo, tema do trabalho de conclusão. “Quis conhecer a dinâmica da cidade (Pesqueira) depois da homologação das terras, em 2001”, disse.
De acordo com o Censo da educação superior de 2015, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 32 mil índios estão matriculados na educação superior em todo o país. “As pessoas acham que o índio não tem capacidade, que é uma figura folclórica e está ali somente para fazer seus rituais e artesanatos. Puro preconceito”, acrescenta Hélio.
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