Em mais um capítulo do aprofundamento das divisões internas do PSDB, o diretório do partido na cidade de São Paulo divulgou uma nota neste domingo (20) em que "repudia veementemente" qualquer tentativa de articulação política entre o senador Aécio Neves (MG) e o presidente Michel Temer. "A presença de Aécio Neves hoje, em reuniões internas ou públicas, só nos causa desconforto e embaraços. Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido", diz o comunicado do diretório, publicado pelo vereador Mario Covas Neto, presidente do PSDB paulistano. "Que fique claro: quem pode falar em nome do PSDB é quem está no exercício da presidência. No caso, o senador Tasso Jereissati", acrescenta a nota.
Aécio se licenciou da presidência da legenda em maio, após ter sido gravado pelo empresário Joesley Batista pedindo R$ 2 milhões, e foi alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República ao STF (Supremo Tribunal Federal). Em seu lugar, Jereissati assumiu interinamente (CE). O grupo ligado a Aécio e ministros tucanos do governo Temer tem criticado decisões tomadas por Jereissati, como um programa partidário em que se refere ao atual sistema de governo como "presidencialismo de cooptação" e defende o parlamentarismo. Esse grupo se movimenta para que Aécio reassuma o comando da sigla.
O senador tem se reunido com o presidente Michel Temer nos últimos meses, e faz parte da ala que defende que os tucanos continuem no governo federal.Já Tasso tem defendido que o PSDB entregue os quatro ministérios ao Palácio do Planalto. Em São Paulo, o prefeito João Doria critica publicamente a permanência de Aécio no comando do partido.
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