Há 20 anos, o Brasil perdia Betinho, um símbolo da luta contra a fome. Para lembrar a data, a Ação da Cidadania fez neste final de semana mais uma campanha para recolher alimentos. Várias igrejas aproveitam a semana para realizar Missas de Ação de Graças.
Os pratos vazios sobre a mesa lembram que o problema continua atual. Para o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, não existia violência maior. A Ação da Cidadania, organização criada por ele, voltou a mobilizar a população para recolher alimentos. Além das doações, o dia teve arte e música.
Nos anos 90, Betinho promoveu uma campanha para levar comida a milhões de brasileiros que passavam fome. Agora as cestas básicas são para servidores públicos do Estado do Rio que têm o salário atrasado. O contexto é bem diferente, mas a solidariedade é a mesma. Daniel ainda citou que se vivo fosse Betinho estaria fazendo o que "nós estamos fazendo neste momento de mobilização e tudo isso. E estaria tratando de encontrar respostas e caminhos para esse conjunto da sociedade que está sendo atingido neste momento”
Betinho era Mineiro da cidade de Bocaiuva. Graduado em sociologia. Articulou a Campanha Nacional pela Reforma Agrária e, em 1981, fundou com seus colegas de exílio Carlos Afonso e Marcos Arruda, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), uma organização autônoma, comprometida com a transição democrática para um modelo de sociedade mais justo e igualitário.
Hemofílico, assim como os irmãos, o cartunista Henfil e o músico Chico Mário, Betinho contraiu Aids em uma transfusão de sangue, diagnosticada em 1986. Logo depois, fundou a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia). Na década seguinte, articulou a campanha Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, que se tornou o movimento social mais reconhecido em todo o país.
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