A história das organizações no Brasil, os direitos territoriais e o funcionamento e objetivos de uma associação foram algumas das temáticas debatidas em um encontro que reuniu representantes de associações de fundos de pastos e demais comunidades camponesas de Pilão Arcado. A Formação sobre Associativismo foi realizada durante cinco dias, no início deste mês, na Casa de Formação da Paróquia de Santo Antônio, localizada na sede do município, e em comunidades da região da Lagoa do Serrote.
Esta é a terceira vez que a Formação acontece em Pilão Arcado. A agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Juazeiro Marina Rocha, o assessor jurídico da CPT Centro Norte/BA, João Régis, e o técnico do Serviço de Assessoria a Organizações Populares e Rurais (Sasop) Adão Silva foram os animadores do encontro.
A região Norte da Bahia apresenta um grande número de associações de comunidades de fundos de pastos formadas, entretanto, como explica Marina Rocha, devido às mudanças constantes nas conjunturas regional e nacional e às demandas burocráticas, os associados/as precisam sempre estar atualizados/as sobre a temática. "Há a necessidade das associações estarem cada vez mais articuladas para enfrentar as problemáticas das comunidades tradicionais", afirma a agente pastoral.
Durante a Formação, os/as participantes refletiram as dificuldades que as associações vivem atualmente. A grilagem de terras, a lentidão nos processos de regularização dos territórios e as ameaças de projetos, a exemplo das linhas de transmissão dos parques eólicos, são as principais preocupações das comunidades tradicionais de fundos de pasto do município de Pilão Arcado. "É importante que as comunidades de fundo de pasto se organizem para preservar a natureza, o território e não deixar os grileiros tomarem conta da terra", disse Jucivânia Ribeiro, da comunidade Limoeiro, que participou pela primeira vez da Formação.
Wilson Ribeiro, da comunidade Lagoinha do Adão, também concorda com a importância da organização comunitária. "O que está acontecendo em Pilão Arcado e, também em outros municípios, é muito complicado. Por isso, as comunidades estão se organizando para se fortalecerem", destacou o agricultor. Ao final da Formação, os/as participantes firmaram o compromisso de fortalecer a luta e a organização das comunidades tradicionais de fundo de pasto, assim como inovar nas metodologias de trabalho para envolver mais pessoas nas associações, principalmente, jovens e mulheres.
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