A deputada Shéridan (PSDB-RR) informou que pretende “tomar as devidas providências” na Comissão de Ética da Câmara após ser chamada de “gostosa” no plenário por colegas. O assédio aconteceu durante a contagem de votos da sessão que analisava a continuidade da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva.
“Foi um comportamento machista e medieval, além de constrangedor. Sou mulher e mãe de duas meninas. Foi uma delas, aliás, que me informou desse absurdo. Essa atitude resume a maior parte dos integrantes da Câmara: confundem os papéis e não estão à altura de defender o mandato. Se você desrespeita a mulher e a desqualifica, você não respeita a sociedade”, disse a parlamentar, em entrevista à revista Veja. “Vou tomar as devidas providências na Comissão de Ética, baseada em um artigo sobre ofensas morais nas dependências da Casa. Combater essa situação é lutar pela defesa e integridade da mulher, não só na política mas na sociedade. Não posso me calar, né?”, afirmou.
Shéridan se absteve da votação porque teve um problema no voo, o que fez com que ela se atrasasse para a sessão. A parlamentar, no entanto, defende a continuidade da gestão de Temer. “Como parlamentar, o certo era eu estar na votação. Mas o meu voto não definiria um quadro já previsto. Os mais próximos sabem que sou a favor da continuidade de Temer. O Brasil está à beira de um colapso e sofre as consequências de treze anos de desgoverno. Acho que ele é o único nome hoje com condição de promover as reformas necessárias”, opinou.
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