ARTIGO – QUE VENHA O EXPURGO GERAL EM 2018!

06 de Aug / 2017 às 23h00 | Espaço do Leitor

Pelas atitudes que caracterizam os seus atos, principalmente nas tomadas de decisões durante as crises nacionais agudas, os políticos – com poucas exceções -, tendem a adotar posições nem sempre coerentes com os princípios ideológicos-partidários, mas, sim, embasadas nas conveniências pessoais, e com isso passam aos seus eleitores um sentimento de desrespeito e a sensação de que esses não passam de uns bobos da corte facilmente manipuláveis ao seu bel prazer... Em outras palavras, fazem o que melhor convém aos seus bolsos!

Assim, o eleitor raciocina dentro de um pensamento mais ou menos lógico de que aquilo que tanto eles pregam, e repetem à exaustão, é o que o eleitor deve acreditar e defender nas ruas, como, por exemplo, que o discurso do “FORA TEMER” é um desejo autêntico e uma bandeira que eles irão sustentar no Congresso Nacional. Ledo engano! As negociações, estratégias e artimanhas que aparecem durante a longa trajetória, principalmente quando inspiradas no poder milagroso das liberações de Emendas Orçamentárias e cargos, promovem novos rumos que chegam até ao abandono de conceitos éticos, se é que eles sabem o seu real significado.

Todo o Brasil acompanhou com real interesse, ao longo dessa última semana, à votação pela Câmara de Deputados da denúncia de admissibilidade para o STF abrir processo contra o Presidente Michel Temer, por Corrupção Passiva, a qual terminou rejeitada por 263 contra 227 votos. A expectativa do povo não poderia ser diferente, porque o país passou novamente pela triste experiência de ter mais um presidente submetido ao processo que poderia conduzi-lo ao afastamento do cargo, após julgamento pelo STF.

O que me pareceu confuso e incongruente em toda essa turbulência política, é que diante de tanta incitação às manifestações públicas pela saída do Presidente, sempre considerado como golpista e ilegítimo, os Partidos da base de Oposição ao Governo, principalmente sob a liderança do PT, tiveram um comportamento dúbio e suspeito. Falavam tanto no “FORA TEMER” para a imprensa e o eleitorado, mas, nos bastidores, achavam mais conveniente e torciam mesmo era que ele permanecesse no poder “sangrando até 2018”, numa crise econômica que desejam seja cada vez mais grave, com o fim único de alimentar e fortalecer o projeto da volta ao poder! Isso é uma clara demonstração de que não lhes interessa o futuro do país, mas o próprio futuro político de cada um deles e de suas representações partidárias. Estamos diante de um cenário impatriótico do “quanto pior, melhor”! Bradarem que é contra esse governo, que responde por atos notórios de corrupção, mas na hora decisiva se omitirem de votar, como anunciavam antes da votação, teria sido uma conduta teatral ridícula!

Chega de circo! Os nossos congressistas precisam entender que não se pratica Democracia com atitudes de anarquias e palhaçadas, ou lutas braçais típicas do UFC, como ocorreu durante a última sessão da Câmara; ou como as Senadoras que ocuparam a mesa do Senado, num patético e ridículo protesto, onde comeram quentinhas e impediram a abertura da sessão por horas. O Sistema Democrático assegura as liberdades de expressão e protesto, mas respeitados alguns limites de decência e ordem. E, nesse particular, talvez aquelas senhoras, também não saibam ou não aprenderam em suas casas, o que é ser uma pessoa ordeira e decente!

Faltando apenas um ano e três meses para a realização de mais uma eleição presidencial, quando o eleitorado terá a oportunidade da escolha de um novo comando, fica a esperança de que as decepções do presente tenham gerado uma lição sobre a consciente e imperiosa necessidade de um expurgo de grande impacto, evitando-se o voto a qualquer político investigado ou processado por corrupção.

É de se esperar que o saneamento e uma limpeza geral em 2018, permitirá o surgimento de novas lideranças de moral ilibada e vocacionadas para uma gestão que priorize o Brasil e os brasileiros, e não os patrimônios pessoais e corporativos. Isso é querer muito? Lógico que não. É apenas nosso direito!

AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).

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