Caro Geraldo,
A famosa fábula de Esopo, A Galinha dos Ovos de Ouro, que ouvia/lia quando era criança, está em pleno curso em nosso país, pois a nau dos insensatos, os governos Federal, Estadual e Municipal estão, literalmente, matando sua "galinha dos ovos de ouro", que é o povo brasileiro, especialmente a classe média, senão vejamos:
No âmbito geral, temos umas das mais altas cargas tributárias do mundo, escorchante mesmo, com retorno pífio, insignificante, o que fez os economistas denominarem nosso país de "Belíndia", com carga tributária da Bélgica, país desenvolvido, e serviços da Índia, sub-desenvolvido, ou em desenvolvimento.
Por causa da asfixiante tributação, e a liberação das margens de lucro e preços praticados pelos fabricantes e prestadores de serviço, pagamos pelos automóveis mais caros do mundo (o mesmo Honda City, fabricado em Sumaré/SP, é vendido no México por menos da metade do preço daqui); juros mais altos do mundo, tarifas de energia elétrica, telefonia móvel, internet banda larga, também são maiores aqui.
Em todos os países exportadores de petróleo, o povo é beneficiado com combustíveis baratos; aqui pagamos R$ 4,00/litro de gasolina, nos Estados Unidos custa R$ 1,70, e o equivalente ao salário mínimo de lá beira os R$ 3.000,00. Um telejornal mostrou, recentemente, notas fiscais da gasolina brasileira (sem adição de álcool) sendo exportada para a Bolívia R$ 1,70, e o diesel a R$ 0.80.
Por último, a Petrobrás baixou os preços dos combustíveis, dando-nos o pouco de alívio, mas o governo, rápido no gatilho, aumentou os impostos, fazendo os preços retornarem, ou até aumentarem, como ocorreu aqui, em Juazeiro.
Um medicamento que uso contra artrose, comprado aqui para um mês, custa o mesmo valor para 3 meses, quando um amigo que mora nos EUA adquire, lá, para mim.
O Estado da Bahia cobra IPVA pelo valor do veículo, quando nos EUA é pelo peso, o que torna esse imposto um verdadeiro aluguel de nossos próprios automóveis, utilitários, etc.
O ICMS, com tarifas altíssimas, é cobrado até indevidamente, como está demonstrado em nossas contas de energia, mas nenhum poder manda suspender a cobrança e devolver o roubo, pois se trata de cobrança indevida, portanto, apropriação indébita. Vamos sobrecarregar a justiça, com novas ações de ressarcimento.
A Prefeitura cobrava R$ 50,00, anuais, de taxa de lixo; agora cobra R$ 18,00, ou R$ 206,00 ao ano, um aumento de 312,0 %. Será que a Vale Norte aplicou percentual similar ao preço do serviço prestado?
O IPTU, que deveria sofrer redução, com a retirada da cobrança da taxa de lixo do seu cálculo, sofreu um reajuste de 90,0 %, tornando-se mais um aluguel do meu próprio bem. O meu benefício de aposentadoria foi corrigido em 6,57 %; como dizia o antigo comercial: Quanta diferença..!
O SAAE aumentou a tarifa da água, o valor do m³ para quem consome um pouco mais (em são Paulo, o consumo considerado normal é de 5,0 m³/mês, por pessoa; aqui são 5,0 m³ por residência, acima disso é sobretaxado) e aumentou, ainda, o percentual de taxa de esgoto.
Fui construir mais uma gaveta no jazigo da família, no Cemitério Municipal, então fui informado que tinha de pagar uma taxa à Prefeitura, que era de R$ 120,00, mas havia subido para R$ 165,00, portanto mais 37,5% de aumento.
E haja aumentos, aleatórios e altíssimos! O povo que se vire para pagar... Ou que se exploda, como diria o "Deputado" Justo Veríssimo, personagem do saudoso Chico Anísio.
O grande problema, que esses governantes teimam em não enxergar, é que o país está numa enorme crise, com o consumo baixíssimo, e eles estão nos levando a um ciclo vicioso: baixa o consumo, porque o povo não tem dinheiro para consumir, cai a arrecadação de impostos, então eles aumentam as alíquotas e criam novos impostos; isso diminui, ainda mais o dinheiro do povo, o consumo cai mais ainda, então aumentam e criam novos impostos...
Enquanto isso, nossos sub-servientes representantes, deputados federais e senadores, deputados estaduais e vereadores aprovam tudo que o executivo quer, não defendem nossos interesses, nem fiscalizam coisa nenhuma, pois se locupletam, enriquecem e fazem festas e farras com nosso suado e surrupiado dinheirinho, cada vez mais no diminutivo.
O Ministério Público Estadual, tão atuante em vários estados e municípios, aqui faz pior que os três macaquinhos de certa ilustração, que não vêem, não ouvem, não falam; não faz nada, mesmo quando provocado.
Creio que é chegada a hora de fazermos alguma coisa, para mudar isso, NÃO REELEGENDO NINGUÉM, e fazendo uma campanha para redução dos salários desses marajás, a começar pela Câmara de Vereadores...
Zoroastro Cedro - Zoró - Químico, aposentado, farto de ser espoliado pelo poder público.
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