O presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira (3) que tem vivido um "processo kafkiano" e ressaltou que têm sido derrotados todos aqueles que querem afastá-lo do comando do Palácio do Planalto.
O peemedebista disse que a denúncia por corrupção passiva que poderia afastá-lo temporariamente do cargo não tem um "motivo sólido" e que se trata de um processo que "ninguém sabe bem o porquê" ou "por que prosseguiu".
A declaração, feita em entrevista à BandNews, é uma referência à obra "O Processo", do escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924), na qual um funcionário de uma instituição financeira é acusado de um crime que ele não sabe qual é.
A acusação contra o peemedebista foi apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e foi em parte baseada em áudio de conversa com o presidente gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS.
"Eu vou ser um pouco talvez piegas, mas parece uma coisa kafkiana. Começa com um processo para retirar o presidente sem um motivo sólido. Sabe a história da gravação feita por um cidadão que havia confessado milhares de crimes? Foi muito bem urdida e articulada", disse.
Temer disse ainda que a "ideia kafkiana" está na apresentação de uma acusação que apresenta o presidente como se fosse "um grande corruptor" e o empresário como "o santo da história".
"Ao longo do tempo, tem havido a derrota de todos os que querem ver prosperar a possibilidade de afastamento do presidente da República", disse.
O peemedebista afirmou ainda que a gravação da conversa foi "ilícita" e não apresentou "fatos comprometedores". Segundo ele, "qualquer estudante do terceiro ano de direito" diria que a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é "inepta".
"Quem ouve o áudio, ainda assim, não verifica nenhum compromisso meu que permitisse esse processo", disse.
Na entrevista, o presidente disse ainda que, em uma reforma politica, é favorável ao voto distrital e cláusula de barreira. Ele avaliou ainda que "não seria despropositado" discutir a adoção do parlamentarismo já em 2018.
"Eu acho que podemos pensar em um parlamentarismo para 2018. Acho que não seria despropositado", disse. Com informações da Folhapress.
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