A região que compreende Curaçá, Juazeiro e adjacências é considerada como altamente prioritária para a conservação, devido ao número de espécies que só ocorrem aqui (endêmicas) e ameaçadas de extinção. Por isso, foi proposta a criação de Unidades de Conservação Federal da ararinha-azul, com o objetivo principal de suportar os projetos de recuperação da espécie e possibilitar o incremento da qualidade de vida local. Uma Área de Proteção Ambiental (APA) de aproximadamente 120 mil hectares e um Refúgio de Vida Silvestre (Revis) de aproximadamente 30 mil hectares irão abranger os riachos próximos à Fazenda Concórdia, onde será realizada a reintrodução da ararinha-azul.
Na APA, de uso sustentável, será priorizada a manutenção das atividades produtivas de maneira sustentável. A APA inclui parte da Serra da Natividade e a Serra da Canabrava, próximas aos distritos de São Bento e Patamuté, além de trechos dos riachos Barra Grande e Melancia. Nesta UC será priorizada a proteção da natureza e o uso das terras pelas comunidades tradicionais de maneira sustentável, por meio de garantia da chegada de programas governamentais sociais como o Bolsa Verde, o Pronatec, Programa Primeira Agua, Água para Todos, dentre outros. Isso tudo para melhorar as técnicas produtivas, a renda das pessoas e assim diminuir a pressão de uso de recursos naturais que contribuem com a degradação ambiental local. Além disso, o zoneamento e o plano de manejo da UC irão disciplinar o processo de ocupação, infra-estrutura e empreendimentos no local.
A Revis, UC de proteção integral, terá menor área, englobando principalmente as matas ciliares dos Riachos da melancia e Barra Grande para proporcionar a regeneração da vegetação importante para a ararinha-azul e maracanãs, tanto para alimentação quanto para reprodução. Tem como objetivo a recuperação das áreas degradadas e a diminuição da pressão de pastejo sobre a vegetação da caatinga. As atividades econômicas incompatíveis com a conservação do ambiente serão inibidas e a caprinocultura sustentável será incentivada. É muito importante que as comunidades e setores públicos e privados participem da consulta pública para esclarecerem dúvidas, discutirem e opinarem sobre a criação desta unidade de conservação, uma vez que estas pessoas estarão diretamente ligadas à implantação e manutenção das UCs da Ararinha-azul.
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