No primeiro semestre deste ano foram criadas mais de 67,3 mil vagas de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho. Desde 2014, o Brasil não gozava de resultados positivos para o período. No acumulado do ano passado, o país eliminou mais de 1,3 milhão postos de trabalho – o segundo pior ano de toda a série história do Caged, que tem início em 2002. O pior resultado foi em 2015, quando 1,54 milhão de brasileiros perderam seus empregos.
Apesar do resultado modesto, a retomada do mercado de trabalho só foi possível devido ao destaque de algumas cidades. É o caso de Franca, município do interior de São Paulo, que criou seis mil vagas de janeiro a junho deste ano e garantiu o primeiro lugar no ranking de geração de emprego.
A liderança é impulsionada principalmente pela indústria calçadista, responsável por 36,1% da produção estadual de calçados – principal fonte da economia da cidade. Com 4.646 vagas abertas, o setor de indústria de transformação foi o que mais contratou no primeiro semestre. O comércio, por sua vez, registrou o pior resultado de Franca (SP) no período, com a demissão de 108 trabalhadores com carteira assinada.
A tendência positiva foi acompanhada pelas cidades de Bebedouro (SP), Santa Cruz do Sul (RS) e Venâncio Aires (RS) – todas com menos de 150 mil habitantes. Até junho, o número de vagas abertas nesses locais foi de 5.080, 5.078 e 4.660, respectivamente.
Efeito da crise
A crise econômica no país, que tem afetado as contas públicas desde meados de 2014, fez o Brasil atingir níveis recordes de desemprego.
No primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego continuou em alta e fechou os três primeiros meses de 2017 com mais de 14,2 milhões de pessoas desempregadas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O resultado registrou um novo recorde histórico desde o início do levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012.
Na contramão da crise, algumas cidades aceleraram nas contratações. No cálculo de 2014 até 2016, Goiana, em Pernambuco, abriu 4.615 vagas formais de trabalho. Outros 45 municípios brasileiros conseguiram oferecer, pelo menos, mil postos de trabalho no período.
Veja as cidades que mais criaram vagas no 1º semestre de 2017 e os setores que mais impulsionaram as contratações.
Ranking Município Empregos Jan/Jun 2017 Setor que mais gerou empregos
1º Franca (SP) 6001 Indústria – 4.646
2º Bebedouro (SP) 5080 Agropecuária – 5.205
3º Santa Cruz do Sul (RS) 5078 Indústria – 5.227
4º Venâncio Aires (RS) 4660 Indústria – 4.611
5º Goiânia (GO) 4454 Serviços – 2.839
6º Joinville (SC) 3364 Indústria – 1.553
7º Pontal (SP) 3076 Indústria – 1.565
8º Cristalina (GO) 3074 Agropecuária – 2.700
9º Juazeiro (BA) 3051 Indústria – 1.928
10º Nova Serrana (MG) 3009 Indústria – 2.492
11º Goianésia (GO) 2695 Indústria – 1.670
12º Matão (SP) 2675 Agropecuária – 2.096
13º Patrocínio (MG) 2517 Agropecuária – 1.641
14º Blumenau (SC) 2462 Indústria – 1.623
15º Sp-Colômbia (SP) 2262 Agropecuária – 2.184
16º Mogi-Guaçu (SP) 2207 Agropecuária – 2.022
17º Vista Alegre do Alto (SP) 1867 Indústria – 1.930
18º Rio Verde (GO) 1843 Indústria – 730
19º Pirassununga (SP) 1827 Agropecuária – 1.342
20º Birigui (SP) 1784 Indústria – 1.456
21º Alfenas (MG) 1758 Agropecuária – 1.268
22º São Jose do Rio Preto (SP) 1739 Serviços – 2.098
23º Aparecida de Goiânia (GO) 1734 Serviços – 1.026
24º Luis Eduardo Magalhães (BA) 1706 Serviços – 946
25º Luis Antonio (SP) 1692 Agropecuária – 1.429
26º Brusque (SC) 1685 Indústria – 1.034
27º Campos dos Goytacazes (RJ) 1658 Agropecuária – 2.263
28º Guaíra (SP) 1625 Indústria – 1.327
29º Botucatu (SP) 1614 Agropecuária – 1.534
30º Campestre do Maranhão (MA) 1603 Agropecuária – 1.315
31º Três Pontas (MG) 1562 Agropecuária – 1.183
32º Comendador Gomes (MG) 1525 Agropecuária – 1.524
33º Rondonópolis (MT) 1521 Serviços – 774
34º Primavera do Leste (MT) 1479 Serviços – 679
35º Pato Branco (PR) 1474 Indústria – 990
36º São Jose (SC) 1452 Serviços – 1.234
37º Chapecó (SC) 1445 Indústria – 894
38º Cascavel (PR) 1416 Indústria – 824
39º Inhumas (GO) 1410 Indústria – 1.256
40º Petrolina (PE) 1377 Agropecuária – 1.848
41º Maringá (PR) 1374 Serviços – 824
42º Itapaci (GO) 1353 Indústria – 1.234
43º Patos de Minas (MG) 1311 Agropecuária – 521
44º Timbó (SC) 1282 Administração Pública – 558
45º Eunápolis (BA) 1270 Agropecuária – 1.425
46º Limeira (SP) 1263 Indústria – 952
47º Jaraguá do Sul (SC) 1260 Indústria – 852
48º Barra Bonita (SP) 1258 Serviços – 687
49º Sorriso (MT) 1242 Serviços – 331
50º União (PI) 1235 Indústria – 1.003
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