MAIS UM JUAZEIRO!! A BOSSA NOVA NOVÍSSIMA DE TATAU

04 de Jul / 2017 às 23h00 | Espaço do Leitor

Antônio Carlos   – Tatau – A lida dos anos - CD

Lançamento: 06 de julho em todas plataformas digitais

Conheci Tatau no início dos anos 70, ele era “pé de chumbo”, gostava de dar uns “cavalos de pau” nos paralelepípedos das ruas estreitas de Juazeiro, no opala verde do pai dele, Dr. Humberto Pereira do hospital “Semec”. Eu não gostava daquilo, mas depois Marcos Roriz - que eu já admirava como músico - me falou que Tatau era bom violonista e compositor, tinha uma parceria com Téa Lúcia, sua prima, mudei de ideia. Em 1973, fugindo para não servir ao exército da “ditadura”, passei no ap. onde ele morava em Salvador, Ed. Ciclame, na Graça com vista para o canela, antes de embarcar na rodoviária das “sete portas” para o Rio de Janeiro, indo parar em Belo Horizonte - ficamos amigos na breve partida e longo regresso.

Quando voltei, já era tempo da “temporada universitária de Juazeiro”, Festival Sanfranciscano da canção – troféu João Gilberto e Caetano Veloso voltava do exílio em Londres, era esperado em Juazeiro. Voltei de carona, em cima de uma lancha que seria prêmio na gincana da cidade, eu e o nosso amigo Pedrão Dourado, irmão da saudosíssima atriz Regina Dourado.

Viramos o grupo “Êxodus” de Juazeiro e acompanhamos Caetano Veloso na quadra do “Franvale”, lotadíssima. “Quando eu chego em casa nada me consola...” Herbeth Mouze da Rádio Juazeiro, transmitia ao vivo e gritou: grupo êeeeeeeeexodus de Juazeiroooooo!!!!Era o festival de 73 e até o próprio Caetano se assustou.

Tatau tinha músicas bonitas nos festivais, venceu um deles, eu gostava muito daquelas músicas em parceria com Téa.

É uma longa história e tortuosa estrada. Tudo para anunciar aos ventos, o lançamento do primeiro CD de Tatau, “A lida dos anos”, produzido pelo seu irmão Luizão Pereira, grande músico de luminosa caminhada, gravadora “Joia moderna”, tem participação de outros grandes músicos como Zé Manoel, Joathan Nascimento, gravado em Salvador , tem parcerias com o poetaço irmão Expedito Nascimento Filho, uma eterna profunda saudade de Euvaldo Macêdo Filho – Euvaldão, em “Canção para João cantar” e tantas outras joias raríssimas desse baú bem guardado de canções. Eu não sou critico de música, me debruço em melodias, diluição de existência em possível atmosfera de poesia, em tempos difíceis de amar.

João Gilberto avisou: “Tatau tem uma voz quieta, canta bonito...não é Mauricinho”? – Sim João, mas esse negócio de Mauricinho? – “Você não gosta não é?” – de Tatau eu gosto, de Mauricinho não! – “Tá bom Maurício, então viva Tatau”!!!

Para: Tatau, Luizão, Expedito Almeida (pai e filho) Humbertão, Dona Neide, Noélia, Seu Evaristo, Euvaldão, Zé Maurício, Zé Mário Luna, Coelhão, Zé Pereira (Zeinha) Julhão, Cacá, Satinho, Marcos Roriz, Paulo Dourado, Pedrão Dourado, Digo “cidade linda”, Eduardo, Carlos Borges, Jairon, Carlão Perez, Odomaria, Bernadete, Suzana Claudete, Téa Lúcia, Carmén Lúcia, Carlos Pinto, Negão Edésio Santos, Toinho de Zé Maguin (Toinho do Sambossa), Raimundo Nobre (Ratinho) Itazir, Sandrinha Nascimento, Carmén Lúcia e Jorge Baraúna, o povo do Mutá, Tânia minha irmã, Cidinha, Detinha, Serjão, Zé Mario “coquinho”, Mariângela Nogueira, Carlos Alberto “pacatuba” e Ruth, Moacir (Cauby) e Fabíola, Bibiu, Danilo “prego”, Paulinho Diniz, Ederaldo Gentil, Batatinha, Edil Pacheco, Prof. Cid Teixeira, Nelito Costeleta, José Augusto, Carlinhos “hare krisna”, “Mago Blue”, Betuca, Bernardo e Mônica, Zé Alberto, Moisés, Luiza e Virgínia.......quem eu esqueci?

P.S. - Agora Zeinha não vai mais dizer: “Mauriçola, e aquele ‘bolachão preto pesado’ 78 rpm que Tatau gravou na Rádio Juazeiro”? “Acetato puro”!

Maurício Dias Cordeiro (Mauriçola)

Compositor

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