A Polícia Civil apreendeu 105 espadas de São João na tentativa de evitar a tradicional guerra de espadas na cidade de Senhor do Bonfim, no Centro-norte do estado. A ação, realizada em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE), cumpriu mandados de buscas e apreensão expedidos pela Justiça.
Os mandados foram determinados pelo juiz Teomar Almeida de Oliveira, da comarca de Senhor do Bonfim. A maioria das espadas apreendidas veio da cidade de Cruz das Almas, conhecida pela fabricação dos fogos. Uma dúzia delas custa em média R$ 250.
A operação começou por volta das 5h desta quarta-feira (21) no centro da cidade, palco da guerra dos espadeiros. Durante as buscas, a polícia encontrou 62 espadas na casa de um aposentado, que foi preso em flagrante.
“Ele foi autuado pelo artigo 16 do Estatuto do Desarmamento que prevê pena de três a seis anos de reclusão”, declarou o delegado Felipe Neri, titular da delegacia de Senhor do Bonfim.
O restante dos fogos de artifícios foi apreendido em outra casa. O proprietário não foi localizado. “Tem uma boa parte da população da cidade que enviou um abaixo-assinado ao MPE pedindo o fim da guerra de espadas. São moradores dos locais onde a batalha é realizada”, declara Neri.
Ainda de acordo com o delegado, a guerra acontece nas ruas Ruy Barbosa, Mariano Ventura, Costa Pinto e Barão de Cotegipe. “Essas ruas são fechadas pela própria prefeitura para a tradicional batalha”, disse Neri. Segundo ele, no ano passado, foram apreendidas, no período junino, 39 mil unidades entre espadas e outros fogos de artifícios vendidos clandestinamente. O delegado disse que não há ainda previsão de nova operação.
Prefeitura
“A prefeitura vai dar toda a segurança aos cidadãos para que ocorra com a maior segurança a guerra de espada, uma tradição de mais de 100 anos. Vamos informar onde são realizadas as batalhas para que as pessoas não sejam pegas de surpresa, principalmente os turistas que já estão chegando”, afirmou o vice-prefeito de Senhor do Bonfim, José Antônio Souza de Oliveira.
Segundo o vice-prefeito, os moradores que enviaram o abaixo-assinado ao MPE não representam a maioria da população. “Se fizer uma enquete, veremos que essa é a vontade da minoria. Mas para o próximo ano, o nosso projeto é construção do espadódromo. Esse ano não foi possível por que a cidade tem outras prioridades”, disse Oliveira.
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