Em momentos de crise econômica especialistas são quase que unânimes em dizer que é preciso se reinventar, seja em uma nova arrumação dos negócios já existentes ou na aposta de um novo nicho de mercado, pois a avalanche da recessão não escolhe suas vítimas, e como uma espécie de efeito dominó atinge do pequeno ao grande e vice-versa.
Diversas áreas são atingidas, sem distinções, provocando os prejudicados a se debuxarem. Muitos têm procurado investir em empreendimentos nunca imaginados serem explorados e um expressivo número de profissionais, de diversas áreas, atuando fora das suas experiências; enquanto ainda, cerca de 14 milhões de desempregados formais peregrinam pelas ruas de cidades de todo o país a procura de um trabalho. Professores viram vendedores, que passam a ser verdadeiros atores para não se transformarem em devedores. Um samba de crioulo doido.
O perrengue econômico não atinge apenas empresas e trabalhadores privados. Os serviços públicos também estão falidos. O fechamento de órgãos e instituições, extinções de projetos e programas sociais, entre outros benefícios cortados são provas desta infeliz realidade. Os municípios que dependem dos repasses oriundos dos governos estaduais e federal para sanarem seus compromissos financeiros estão agonizando e literalmente à beira da falência.
O apocalipse político que vive o Brasil está levando o país e sua população à bancarrota. Denúncias, exposições de corrupções e indefinições jurídicas têm causados prejuízos sem precedentes. A espera por acontecimentos positivos tem levado o brasileiro a conviver diuturnamente com sentimentos de angústia e sofrimentos.
Os poderes agem com lenidade e em causa própria, avessos aos problemas que afetam diretamente e com uma velocidade descomunal a combalida 'Terra Tupiniquim'. Os batedores de caçarolas, chuculateras, penicos e outros recipientes não aparecem mais como outrora, num passado não muito distante; talvez por perceberem que foram enganados, mas também com medo de danificar seus utensílios e a crise não oferecer condições de reposição dos mesmos. O tal do liga e desliga as lâmpadas das salas, dos quartos e das cozinhas não existe mais. O fato deve ser o receio de queimar o aparelho de iluminar e não ter dinheiro para trocá-lo.
No lugar dos adesivos que pregavam o 'fora Dilma' em veículos e janelas de apartamentos e casas hoje existem outros com os dizeres: "vende-se este veículo" ou vende-se este imóvel.
"... Mas eu só quero
Educar meus filhos
Tornar um cidadão
Com muita dignidade
Eu quero viver bem
Quero me alimentar
Com a grana que eu ganho
Não dá nem prá melar
E o motivo todo mundo
Já conhece
É que o de cima sobe
E o de baixo desce ..."
Xibom Bombom - As meninas
Compositor: Rógerio Gaspar; Wesley Rangel
Por Gervásio Lima
Jornalista e Historiador
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