Depois de duas semanas seguidas batendo na mesma tecla em defesa dos nossos direitos, e criticando as fortunas incalculáveis de alguns espertalhões que surgem do nada e com o suor das nossas faces prosperam e imperam, vou escrever sobre aquela cena bucólica e feliz que vivemos em nossa Juazeiro nos bons tempos que não voltam mais...!
Estação de Piranga, Estação aqui na cabeça da Ponte, Estação de Petrolina... Ah, como era lindo tudo aquilo, aquele apito saudoso, aquela fumaça, aquela chegada emocionante, e aquela partida marcada de saudades...!
Se eram filhos de ricos nele viajavam, se eram filhos de pobres também os acolhia, não tinha besteira com classes sociais, ao entrar ali para a viagem até a Capital. Todos viravam família naqueles dias com paradas e paradinhas até chegar em Alagoinhas quando começava a ficar perto da Estação da Calçada na Velha Bahia, pois, assim era chamada a nossa Capital. Ou seja, íamos para Salvador, e naqueles tempos idos, comumente dizíamos que estávamos indo para a Bahia...!!! Que coisa gostosa de ser lembrada...
É muita recordação agradável nesse momento em minha mente, e não sei se paro de digitar para organizar tudo e escrever, ou me deixo ir mergulhando nessa viagem que o tempo me transporta nesse primeiro domingo nublado de Junho...
Mas, dois fatos não posso terminar sem citar: um era a chegada da minha tia que morava na Bahia e quando vinha de lá trazia uns presentinhos e quando o Trem chegava lá pela madrugada era ainda melhor porque o festival de conversas ia até o dia amanhecer... Obrigado, Senhor por todo aquele tempo! A outra lembrança forte foi quando aquele amigo de infância foi levado para tratamento no Hospital das Clinicas da Bahia, e eu estava lá olhando aquela vida fragilizada, com sua mãe ao seu lado cheia de fé inabalável... Obrigado, D. Elisina Brandão, pelas suas lições naqueles dias dificílimos e pela Augusta Honra que tive em conviver com a senhora e sua família...
Seguia o Trem naquele gostoso vai-e-vem, seguia a vida no seu curso normal a caminho das transformações que hoje são constatadas: não tem mais Trem, não tem mais aquelas Estações acima citadas, não tem mais nada... O nome disso chamam de PROGRESSO, muitas vezes contestado e provado, principalmente por exemplos advindos de países do primeiro mundo onde o Trem é uma poderosa e utilíssima máquina de transportar de forma confortável segura e de custo mais adequado às pessoas...
Ficou a saudade... Restou a história. Poderia ter ficado muito mais, como a imagem que se vê ilustrando esse texto. Poderia ter sido utilizado em viagens turísticas mensais, semanais sei lá, com grupos folclóricos se apresentando ao longo do percurso do Interior a Salvador. Poderia ter ficado as Estações modernizadas, a malha ferroviária bem mantida, uma estrutura turística e receptiva onde na saída ou na chegada lá estivessem figuras bem apresentáveis entoando melodias a encher de emoção e alegrias incontidas seus passageiros...
Seriamos iguais? Jamais... Seríamos diferentes e o mundo afora ia falar da gente, seríamos admirados culturalmente falando, seríamos destaque do ponto de vista humano, seríamos primeiro mundo ainda que estejamos tão longe disso, e também seríamos copiados por outros lugares mesmo daqui dessas terras brasilianas...
Ah, por favor, alguém me belisca? Hoje dei uma cochilada e sonhei com tudo isso, mas é melhor sonhar e viver imaginando coisas altruístas, do que viver pensando em dar 1x0 ou 7x1 nas pessoas ou no Estado... Sou um apaixonado pelo bem geral, portanto, ao ver essa ilustração dentre tantas do meu arquivo, disse a mim mesmo: HOJE EU VOU SONHAR...
Dica de vida: “Quando você está feliz, aprecia a música; quando você está triste, aprecia a letra”.
05 de Junho – Salve o meio ambiente, ainda dá tempo!
Acord@dinho – Apaixonado por Juazeiro e leitor assíduo do blog.
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