Diretas Já é sonho?

02 de Jun / 2017 às 10h28 | Espaço do Leitor

Sou parte da maioria silenciosa deste País. Que vê, ouve, sente e pouco se manifesta, ainda que minha labuta diária implique em registrar opiniões, fatos e versões que, algumas vezes, impactam a vida das pessoas.

Nesta semana ouvi centenas de vozes concordantes com tese que as Diretas Já, pedidas nas ruas, nos movimentos e nas redes sociais, é sonho, utopia, que atenta contra a Constituição e que não há condições de se fazer uma eleição geral, direta e irrestrita no Brasil de hoje.

Elencam estes defensores, uns da permanência do Temer, outros em defesa das indiretas, argumentos os mais variados: “O Brasil não aguenta outra troca de comando em tão pouco tempo”; “Temer está tocando as reformas que o país precisa” e “É questão de responsabilidade não jogar a nação no imponderável” e ainda há os militantes de esquerda que defendem indiretas e até mesmo a manutenção de Temer para que “ele sangre mais e mais”, garantindo a eleição tranquila de Lula.

Mas, as Diretas Já não é sonho! Não é inconstitucional! E, pasmem os juristas e advogados candidatos eternos, está sim prevista na Constituição, em casos como o que agora o Brasil se depara. Vejamos: A Constituição prevê que, após a primeira metade do mandato, em caso de vacância do cargo, o Presidente seja escolhido pelo Congresso em votação indireta. Até aí, nenhuma dúvida.

Porém, a chapa Dilma-Temer, acusada pelo PSDB no Supremo Tribunal Eleitoral – TSE de fraudar as eleições com abuso de poder econômico e dezenas de outras mazelas é, desde o dia em que tomou posse, ilegítima e ilegal. O que vai ser anulado, se assim for, no julgamento do TSE é a eleição de Dilma-Temer, que fraudou e desrespeitou a vontade popular. Tudo o que aconteceu nestes dois anos é ilegítimo. Então está lá na Constituição: Vacância de cargo antes dos dois primeiros anos, eleição direta em 30 dias.

Cassada a chapa Dilma-Temer, afastado Temer, porque Dilma já foi, o dispositivo constitucional que determina eleições indiretas não tem cabimento. Nunca houveram dois anos de mandato.

DIRETAS JÁ!

Manoel Leão

Jornalista 

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