Espalhadas no Ginásio de Esportes de Remanso, 50 famílias, com frio, fome, sem as mínimas condições higiênicas e agora sem água, completam o retrato já conhecido do prefeito de Remanso, Zé Filho.
Zé Filho, que determinou ao Procurador do Município ajuizar ação de despejo das famílias que ocupavam 50 casas construídas pela prefeitura, (“não vou tolerar que gente que nem votou em mim ocupe casa da prefeitura“), não faz segredo, o importante é “atender aos meus amigos”.
Construídas há mais de 3 anos, as 50 casas fazem parte de um projeto destinado a melhoria das condições de habitação de moradores em áreas de risco e insalubres, mas, dizem os próprios moradores despejados que os critérios foram “eleitores de Zé Filho” e para “quem não precisa e já tem onde morar”.
No Ginásio crianças doentes choram e as mães se desesperam: “Aqui não tem como ficar e a prefeitura só colocou aqui e ninguém apareceu, nem para dizer onde vamos”
Os moradores querem uma definição, mas a Secretária de Ação Social e também esposa do prefeito, Telma Castelo Branco, se recusa a recebe-los e instrui a funcionária Zélia da secretaria: “Não temos responsabilidade no despejo e já fizemos o que podia ser feito”, referindo-se ao fato de colocar as famílias no Ginásio. A esposa do prefeito não atende repórteres.
Marcos Palmeira, advogado, foi procurado por uma comissão de moradores e tenta junto ao juiz que determinou a ação de despejo obter da prefeitura uma alternativa de abrigo para as famílias: “Não há dúvidas que a prefeitura tem responsabilidade com estas famílias”, diz,
As casas desocupadas pela PM com ordem judicial estão sendo entregues aos escolhidos pelo prefeito Zé Filho e nesta quarta-feira (31/05) os sem teto de Remanso estão convocando um ato público, em protesto, na Praça Principal de Remanso a partir das 10:00 horas.
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