É, no mínimo, de se consternar diante das corriqueiras e exaustivas notícias sobre corruptos e corruptores no Brasil. Invariavelmente é a pauta principal dos editoriais, das capas de revistas, das aberturas dos jornais televisivos e das rodas de conversa país afora. Estamos diante de um “lugar-comum” repleto de inversão de valores e contrassensos que deveriam ser estrita exceção.
À medida que somos surpreendidos diariamente com maneiras diferentes de usurpar do dinheiro público, áreas essenciais para o país sofrem de negligência e sangria, deixando-o em patamares deploráveis. Será que todo o montante dos desvios não seria suficiente para termos uma saúde pública funcionante e/ou uma educação de qualidade no Brasil?
Parece um clichê de um passado muito distante, mas ainda hoje os municípios brasileiros dispõem de uma estrutura de saúde precária e medíocre, que falta medicamento, materiais para procedimentos, equipamentos para diagnóstico, com obras paralisadas, redução de leitos hospitalares... O clamor da população que usa desses serviços deveriam ser ensurdecedores para os gestores públicos, que insistem em protelar a urgência de ações. Ao passo que milhares de milhões de reais se esvaem pelos incessantes ralos da corrupção, a saúde vive sua calamidade e caos. Até quando?
O país anseia verdadeiramente por mudanças de comportamento nas três esferas - nacional, estadual e municipal - dando destaque ao que é fundamental para um país com propósitos de desenvolvimento: pragmatismo nas ações, honestidade, zelo pelo público e tolerância zero para corrupção. Chega de politicagens em rede nacional! Necessitamos dar ênfase ao que de fato merece. Por exemplo, investir em projetos inovadores na saúde, que gerem qualidade de vida à população; métodos educacionais de qualidade, refutando tudo que for retrógrado ao aprendizado, trazendo ganhos e incremento de mentes pensantes neste país; ampliar o número de bibliotecas públicas, museus, como forma de acesso à cultura e conhecimento... Não podemos mais suportar o desvio de prioridades.
Em suma, dar o passo inicial é fundamental para não continuarmos planando neste marasmo de descasos. Vamos enaltecer o país pelas boas atitudes, fazendo do que hoje é exceção se torne de fato uma regra. Ilicitudes têm de ser extirpado do famigerado “jeitinho brasileiro”. Desse modo, aos desprovidos de competência e de valores de conduta, resta-lhes o adeus. É hora de uma nova Ordem para se obter o Progresso do Brasil.
Tiago A. Fonseca Nunes - interno de Medicina e escritor.
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