Artigo: DE DENÚNCIA EM DENÚNCIA, DE MALANDRAGEM EM MALANDRAGEM

19 de May / 2017 às 23h00 | Variadas

Os nossos  corações, assim como todos os nossos sentidos, estão sobrecarregados de tantas denúncias contra antigas e novas lideranças políticas da ” república brasilis”, e, de tantas malandragens que esses homens e mulheres têm feito, que só requerendo a eles um tempo, para digerir essa primeira parte, antes que comece a próxima, a fim de não  nos provocar uma tremenda indigestão.

Terra descoberta por Cabral em 1.500, por acaso, quando tentando desviar o curso de suas naus da intensa calmaria que afligia o Atlântico central, o Almirante Português afastou-se em demasia, com sua frota, do seu curso, vindo a ter nas costas da Bahia,  avistando  a 22 de abril  uma pequena elevação a quem deu o nome de Monte Pascoal, porque estávamos na época da Páscoa daquele ano.

Estava assim, por um acaso, oficialmente descoberto o Brasil e a partir daquele  dia, estava também decretada a malandragem no Novo Mundo. Coisa que só tem crescido com o passar dos anos.

Já na primeira carta ao El Rei de Portugal, para dar-lhe a notícia da grande efeméride do novo descobrimento, o escriba da armada, Pero Vaz Caminha, não perdeu a oportunidade para solicitar a El Rey, um empregozinho para um seu parente que estava desempregado lá prós lados de Lisboa. Aí começou a troca de favores políticos que, ainda hoje, reina na política “brasiliensis”.

No gesto dos portugueses em tomar o  ouro e o Pau Brazil dos índios, e dar-lhes em troca objetos sem nenhum valor, formados por pequenos pedaços de espelhos, miçangas coloridas, chocalhos, etc., começou os atos de suborno que redundou no Mensalão, na corrupção da Petrobrás, no PT, no Clã dos Cunhas, etc.

Os índios Patachós, primeiros habitantes do país com os quais o homem branco teve contato, foram os primeiros a serem dizimados, destruídos, viciados. Trocavam  qualquer preciosidade da Terra brasilisi  pelo caiambá. Para eles, tudo o que eles tinham nas mãos, valia “caiambá”.

Passando do índio para o homem branco, sem que fosse alterado o seu DNA, hoje a “Pátria brasilis” encontra-se em situação muito pior do que naquele longínquo 1500..

Hoje a roubalheira está institucionalizada, o poder nas mãos dos que podem mais, a prepotência como sendo apanágio de bem poucos, as contas na Suiça como sendo obrigatórias para ver se escapam dos “Lava Jato”. Ministros do STJ vendendo sentença a ponto de não só incomodar a opinião pública mas, até a Procuradoria Geral da República, que em determinado momento se insurge contra esse tipo de atitude, arguindo Impedimento ou Suspeição do Ministro que assim procede.

Para desagrado, ou para gáudio dos leitores,  qualquer aluno de Direito sabe que  os Assuntos: Impedimento e Suspeição, estão no Código de Processo Penal, no  Artigo 122. Que que o Impedimento é grave sendo, portanto, uma situação, “Juris et de Juri”, isto é: “ de direito e por direito”, ou ainda, “ aquilo que é estabelecido por lei”; enquanto a Suspeição é uma situação um pouco mais leve e, é portanto uma situação “Juris tantum”, apenas uma situação de direito , uma situação que se estabelece até prova em contrário.

Mesmo assim o Ministro é renitente, insiste em afirmar que está correto, que não fez nada que afronte à Lei. No mesmo diapasão o Ex-Presidente da República está só contra todos. Enquanto todos dizem que ele fez, ele é o único que diz que não fez. Vamos aguardar do lado de quem está a Lei e prá que lado vai pender a caneta do Juiz Sérgio Moro.

Para piorar a situação, ainda vem os irmãos Batista e dão conhecimento a toda Nação, de uma delação semelhante à que fizeram esta semana; delação aquela  onde até a pessoa do Presidente da República foi arrolada e também enrrolada, não faltando até a figura do político representante da juventude que, há bem pouco tempo, estava na luta pela cadeira de primeiro mandatário deste país.

Aqui eu faço minha as palavras do poeta Cazuza: “-Que país é esse?”  

Dr. Carlos Augusto Cruz

Médico / Advogado

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